Covid-19. Chineses expressam indignação após morte de interno de medicina

A morte repentina de um jovem interno de medicina na China provocou hoje a indignação na internet, onde também há o temor que a morte do estudante esteja ligada a uma possível rotura do sistema de saúde diante do fluxo de casos de covid-19.

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© Reuters

Lusa
15/12/2022 13:51 ‧ 15/12/2022 por Lusa

Mundo

Covid-19

A epidemia está a espalhar-se muito rapidamente na China após o levantamento da maioria das restrições de saúde na semana passada e as autoridades admitirem que agora é "impossível" contabilizar todos os casos.

A nova onda da doença representa o maior desafio para o sistema de saúde chinês - que sofre de subfinanciamento crónico - desde o início de 2020, quando muitos hospitais ficaram sobrecarregados e muitos profissionais de saúde adoeceram.

O estudante de 23 anos teria morrido com uma crise cardíaca na quarta-feira, anunciou hoje a Faculdade de Medicina de Chengdu, no sudoeste do país. O jovem disse que se sentia mal depois de um dia de trabalho no hospital.

A faculdade de medicina não vinculou sua morte à covid-19 ou a qualquer condição de saúde pré-existente.

Entretanto, na rede social Weibo, equivalente ao Twitter na China, o caso já alcançou mais de 390 milhões de visualizações e as pessoas estão a exigir saber a causa da morte do jovem estudante de medicina.

Muitas questionam se o estudante estava a trabalhar enquanto estava doente com covid-19.

A tragédia também gerou consternação na internet sobre as condições de trabalho dos médicos na China, em meio a preocupações que o sistema de saúde possa ficar sobrecarregado, já que muitos idosos continuam a não estar vacinados.

Os estudantes de medicina estão cada vez mais mobilizados perante a epidemia devido à falta de pessoal, já que vários outros funcionários da saúde contraíram o SARS-CoV-2.

Esta semana, centenas de estudantes de medicina das províncias de Sichuan (sudoeste) e Jiangxi (sudeste) protestaram contra as condições salariais e a falta de proteção contra o vírus.

Hoje, um funcionário da Comissão Nacional de Saúde, que tem estatuto ministerial, sugeriu que médicos reformados poderiam ser chamados como reforço para os estabelecimentos de saúde.

Uma médica de um hospital na zona rural de Sichuan disse à agência de notícias AFP, sob condição de anonimato, que "mais da metade" dos seus colegas está com covid-19.

"Médicos e enfermeiros estão sob pressão porque o hospital está com falta de pessoal", declarou a médica, acrescentando que o número de pacientes no seu hospital dobrou desde que as restrições foram suspensas.

Os meios de comunicação estatais e vários especialistas médicos pediram aos pacientes com sintomas leves que fiquem em casa, mas os remédios para febre tornaram-se difíceis de encontrar em várias cidades.

Vários lares de idosos e fábricas por todo o país anunciaram nos últimos dias que vão manter o funcionamento em "circuito fechado" - uma medida de contenção onde os funcionários devem dormir no local - para se protegerem desta vaga de covid-19.

Muitas empresas utilizaram este sistema nos últimos anos na China para garantir a continuidade das suas operações.

Leia Também: China responsabiliza 'gosto' em informação 'negativa' na Internet

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