"Até 10% dos empregados das empresas de TI deixaram o país e não regressaram. No total, cerca de 100.000 especialistas em TI estão no estrangeiro", disse o ministro do Desenvolvimento Digital, Maksut Shadayev, citado por agências noticiosas russas.
Segundo Shadayev, 80% dos que deixaram a Rússia continuam a trabalhar para uma empresa russa, uma vez que este tipo de trabalho é particularmente compatível com o teletrabalho.
Muitos dos que deixaram a Rússia mudaram-se para a Turquia, Geórgia, Arménia, Emirados Árabes Unidos ou Ásia Central, onde podem continuar a trabalhar e, portanto, receber os seus salários.
Embora o ministro não tenha mencionado as causas deste êxodo, muitos empregados do setor digital fugiram da Rússia desde o início da ofensiva de Moscovo contra a Ucrânia, no final de fevereiro.
Uma primeira vaga de partidas em massa teve lugar nas primeiras semanas do conflito, e uma segunda no outono, depois do Kremlin ter anunciado a mobilização de centenas de milhares de russos em idade de combate.
Estas partidas, para além do êxodo de centenas de milhares de outros russos, suscitam preocupações sobre uma 'fuga de cérebros' que poderia criar escassez de trabalhadores no setor de alta tecnologia, que requer pessoal altamente qualificado.
As sanções económicas ocidentais também aumentam as dificuldades, criando problemas com o financiamento e o fornecimento de certos componentes eletrónicos.
Para evitar agravar a situação, Shadayev recomendou hoje que não sejam impostas "restrições rigorosas" ao teletrabalho dos profissionais de TI, uma vez que tal poderia "forçá-los a procurar trabalho em empresas estrangeiras".
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