Putin rejeita redução do esforço de guerra, diz ISW

O presidente russo, acompanhado pelo seu ministro da Defesa, rejeitaram a ideia de soberania ucraniana.

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José Miguel Pires
22/12/2022 09:12 ‧ 22/12/2022 por José Miguel Pires

Mundo

Guerra na Ucrânia

O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês) revelou, esta quinta-feira, que a Rússia não estará interessada em reduzir o seu esforço de guerra, apesar do forte peso na sociedade.

"O presidente russo Vladimir Putin e o ministro da Defesa russo, Sergey Shoigu, presidiram uma reunião do ministério da Defesa da Rússia em Moscovo, na quarta-feira", [...] onde "demonstraram que a Rússia não está interessada em reduzir os seus esforços de guerra ou seus objetivos de guerra, apesar do crescente custo para a sociedade russa", diz o ISW no seu relatório.

Putin, segundo o instituto, terá reiterado que a Rússia vai garantir a segurança de todos os territórios russos, "incluindo territórios anexados ilegalmente na Ucrânia", rejeitando repetidamente "a ideia de soberania ucraniana independente" e enfatizando "a necessidade da Rússia de manter a Ucrânia dentro da esfera de influência do Kremlin e derrotar o regime 'nazi' ucraniano".

Os comentários de Putin e Shoigu "ilustram ainda que o Kremlin mantém objetivos maximalistas para a guerra na Ucrânia", argumenta o ISW, incluinda nessa lista "o reconhecimento de territórios anexados ilegalmente, mudança de regime do governo ucraniano sob o pretexto de 'desnazificação', controlo do caráter político e social da Ucrânia e a concessão ocidental das 'garantias de segurança' desejadas pela Rússia".

As reiterações do presidente russo, indica o ISW, "revelam que o Kremlin decidiu abraçar os sacrifícios da guerra e tentar avançar para a vitória", precisando, assim, de continuar a pedir e justificar "grandes sacrifícios do seu povo para perseguir esses objetivos irrealistas".

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro, espolentando um conflito armado que, segundo dados das Nações Unidas, já levou à deslocação de mais de 14 milhões de pessoas, 6,5 milhões das quais deslocados internos e mais de 7,8 milhões que fugiram para países europeus. Há a registar, segundo estes dados, pelo menos, 6.755 civis mortos e 10.607 feridos.

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