Antigo ministro-conselheiro da embaixada de Angola em Portugal e também representante do seu país na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Mário Augusto substitui em Bissau o embaixador Daniel Rosa.
Desde a nomeação de Rosa para Singapura, em outubro de 2020, Angola não tinha embaixador na Guiné-Bissau.
Após a entrega de cartas credenciais ao Presidente guineense, Mário Augusto disse que a partir de agora existem as condições para começar a desenvolver a cooperação entre os dois países "em vários domínios".
Questionado sobre se pensa pegar em dossiês de cooperação económica existentes entre os dois países, nomeadamente o projeto de construção do porto em águas profundas na localidade de Buba, no sul da Guiné-Bissau, o novo embaixador de Angola respondeu que sim.
Mário Augusto prometeu colocar em marcha uma comissão mista que irá revistar os projetos que estavam em curso, mas que "ficaram paralisados por razões alheias à vontade de ambas as partes".
Em 08 de dezembro, o Governo guineense, em Conselho de Ministros, decidiu rescindir o contrato de concessão de licenças de mineração e exploração das reservas de bauxite existentes na localidade de Boé, no leste do país.
O Governo da Guiné-Bissau rubricou, em 2007,um contrato que concedia direitos de mineração e exploração de bauxite à empresa de capitais públicos Bauxite Angola, mas que nunca iniciou os trabalhos no terreno.
"É um caso que nós vamos poder tratar um pouco mais à frente. Hoje apresentei as minhas cartas credenciais. Terei tempo para traçar algum plano para desenvolvermos algumas ações no âmbito da cooperação entre os nossos dois países", defendeu o novo embaixador de Angola em Bissau.
Mário Augusto afirmou ter conhecimento da decisão tomada pelo Governo guineense, mas também acredita que são assuntos que devem ser tratados pelas instâncias superiores dos dois países, a começar pelo encontro dos chefes da diplomacia.
Mário Augusto é licenciado em Direito, com especialização em Relações Internacionais Africanas e Comunicação.
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