"O acordo assinado pelas duas partes estabelece a retirada de todas as forças estrangeiras. Portanto, e sem mencionar nomes, todas essas forças estrangeiras deixarão a região de Tigray", disse o ex-presidente queniano Uhuru Kenyatta, que participou nessas conversas como mediador.
"Claro, estamos fazendo um progresso tremendo", acrescentou o ex-presidente.
Por mais de dois dias, representantes do Tigray e do Governo central etíope reuniram-se na capital queniana para chegar a este último acordo.
A UA deu os parabéns a ambas as partes num comunicado emitido após o pacto, "pelas medidas positivas de construção de confiança" e encorajou-as "a continuar os seus esforços para restaurar a paz, segurança e estabilidade na Etiópia".
Fontes diplomáticas disseram à agência Efe que a organização pan-africana já montou uma equipa de monitoramento e verificação formada por especialistas militares do Quénia, África do Sul e Nigéria.
Até esta semana, a Frente Popular de Libertação do Tigray (TPLF) - partido que governou a região até ao início da guerra - denunciava que soldados eritreus continuavam a cometer atrocidades em solo tigray, apesar do acordo de paz entre os insurgentes e o governo federal assinado em 2 de novembro para o cessar-fogo.
A guerra começou em 4 de novembro de 2020, quando o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, ordenou uma repressão da TPLF em resposta a um ataque a uma base militar federal e após uma escalada de tensões políticas.
Embora os números exatos não estejam disponíveis, milhares de pessoas morreram e cerca de dois milhões foram deslocadas devido ao conflito.
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