"Continuaremos comprometidos com a devolução das competências constitucionais que ilegitimamente e sob pressão foram retiradas à RS há 10 ou 15 anos", disse Dodik no decurso de uma conferência de imprensa transmitida pela televisão sérvio bósnia RTRS.
As autoridades da RS elaboraram em 2022 diversas leis destinadas a retirar competências ao Governo central e transferi-las para a gestão da Republica Srpska, apesar de não terem garantido a sua aplicação devido à oposições de Sarajevo, do Alto representante internacional e do Tribunal constitucional do país balcânico, que as consideraram ilegais.
A RS e a Federação entre bosníacos (muçulmanos) e croatas, as duas entidades que formam a Bósnia-Herzegovina, são um produto dos Acordos de Dayton de 1995 que puseram termo a três anos e meio de violenta guerra civil.
Dodik também anunciou que o seu Governo prosseguirá particularmente empenhado na "inovação do nosso acordo sobre relações especiais" com Belgrado e reiterou que não reconhece o Alto representante internacional para a Bósnia-Herzegovina, o alemão Christian Schmidt, que considera ilegal, garantindo que não aplicará nenhuma das suas decisões.
"Não entre em jogos com a adoção de decisões relacionadas com a RS. Não me interessam os seus comentários, os seus protestos, quanto se imiscua, ou minta. Não vou aceitar nenhuma decisão sua na RS", prometeu Dodik.
Na sequência dos acordos de paz de Dayton (1995), foram reconhecidos na Bósnia-Herzegovina três "povos constituintes" (bosníacos, sérvios e croatas), com o país a confrontar-se com as ambições secessionistas dos sérvios bósnios e uma crescente fratura e afastamento entre os nacionalistas bosníacos e croatas.
Os partidos nacionalistas continuam a dirigir as respetivas entidades, num cenário de profundas divisões étnicas.
Em 02 de outubro também foram eleitos os parlamentos das duas entidades que compõem a Bósnia-Herzegovina -- RS e Federação --, o presidente da RS e as assembleias dos dez cantões da Federação e partilhados entre bosníacos e croatas.
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