No dia em que se assinalam 10 meses de conflito armado na Ucrânia, pelo menos cinco pessoas foram mortas e 35 ficaram feridas na sequência de um ataque no centro da cidade de Kherson.
"Como resultado do terror russo, até agora, 35 pessoas ficaram feridas , 16 delas estão em estado grave", confirmou o vice-chefe do gabinete do presidente ucraniano, Kyrylo Tymoshenko.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reagiu a este ataque, considerando-o um "ato de terror".
"Esta é a vida real da Ucrânia e dos ucranianos. Pela manhã, no sábado, véspera de Natal, no centro da cidade. Estas não são instalações militares, esta não é uma guerra de acordo com as regras. É terror, é matar por intimidação e prazer", escreveu o líder ucraniano numa publicação na rede social Telegram.
Uma equipa da agência France Presse (AFP) no local ouviu uma série de bombardeamentos, que atingiram o mercado central e as ruas adjacentes, antes de ver o corpo de pelo menos uma pessoa morta no seu carro.
As chamas também se elevavam do mercado, um lugar movimentado na manhã de hoje no centro de Kherson, uma cidade libertada em 11 de novembro pelo exército ucraniano depois de oito meses de ocupação russa.
As tropas de Kyiv tinham conseguido expulsar os russos da cidade na sequência de uma contraofensiva de vários meses.
Agora sob controlo ucraniano, Kherson é no entanto o alvo regular dos bombardeamentos russos, especialmente as instalações energéticas.
Na sexta-feira, Kherson foi alvo de 74 ataques russos, segundo as autoridades regionais, matando cinco pessoas e ferindo outras 22, de acordo com um boletim da administração regional.
Recorde-se que a ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas - 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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