Ao todo, 58 pessoas ficaram retidas na costa da aldeia de Ladong, na província de Aceh, depois de chegarem "de repente" ao local por volta das 10:00 (03:00 em Lisboa), segundo disse aos jornalistas o responsável da polícia local, Ipda Rolly Yuiza.
Rolly Yuiza acrescentou que o grupo desembarcou diretamente na praia e ainda não se sabe de onde veio ou como ali foi parar. As autoridades continuam à procura do navio que o terá transportado.
O responsável disse ainda que algumas das pessoas - maioritariamente homens de acordo com a imprensa local - estão doentes e a receber cuidados médicos.
"Neste momento, estamos a tentar cuidar primeiro dos que estão doentes, porque eles chegaram de forma repentina. Quanto à via por onde entraram, esperamos ter informações mais tarde", disse.
Não se sabe se os refugiados rohingya viajavam no navio que está parado há semanas no mar de Andaman e que naufragou enquanto transportava cerca de 200 pessoas. A embarcação foi avistada perto das águas de Aceh nos últimos dias.
As autoridades da província de Aceh disseram no sábado que estão a realizar buscas para localizar o navio e garantiram que não recusariam ajuda caso este se aproximasse da costa indonésia.
Estas declarações foram feitas depois de a Organização das Nações Unidas (ONU) e de várias organizações não governamentais de Direitos Humanos terem pedido esta semana aos governos do sul e sudeste da Ásia para agirem "com urgência" para resgatarem as pessoas no navio, expressando preocupação sobre as condições de saúde dos passageiros.
O relator especial da ONU para Myanmar (antiga Birmânia), Tom Andrews, destacou na passada quinta-feira que o motor do navio avariou e que os ocupantes estão a esgotar as reservas alimentares e de água, pelo que "resgatar pessoas em perigo no mar é uma norma fundamental do direito internacional, incorporada em tratados internacionais".
Embora vivam em Myanmar há gerações, os rohingya, minoria muçulmana birmanesa que enfrenta uma discriminação generalizada no país, de maioria budista, ainda são vistos como intrusos, não tendo direito à cidadania ou aos mesmos direitos que outros habitantes.
Todos os anos, centenas de elementos desta minoria tentam fazer a perigosa viagem de barco para a Malásia ou a Indonésia.
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