O governo de Najla Bouden decidiu a expulsão "o mais rápido possível de um grupo de migrantes que residem ilegalmente na Tunísia", durante um Conselho de Ministros que teve lugar na sexta-feira, segundo a AFP.
Este grupo ocupa há mais de cinco anos um centro juvenil em La Marsa, nos subúrbios a norte de Tunes, "obstruindo as suas atividades" pela "recusa categórica de deixar este local", como alega a presidência do governo, num comunicado de imprensa citado pela agência francesa.
O Fórum Tunisino de Direitos Económicos e Sociais (FTDES) manifestou hoje, em comunicado, a "sua indignação com a decisão repressiva e desumana do governo".
De acordo com esta ONG, 25 migrantes do sexo masculino, entre egípcios, sudaneses e nigerianos, com idades compreendidas entre os 30 e os 32 anos, que fugiram das tensões na Líbia em 2011, residem neste centro juvenil desde 2017, depois de terem sido deslocados do campo de refugiados de Choucha, no sul Tunísia.
O pedido de asilo foi rejeitado, indicou Romdhane Ben Amor, funcionário do FTDES, à AFP, dizendo que "o retorno dos migrantes ao seu país ameaça as suas vidas".
Denunciando uma política "selvagem", o FTDES "adverte contra qualquer tentativa de impor uma solução pela força" a quem "sofre há mais de 10 anos" e apelou à sociedade civil para que se mobilize contra as "políticas discriminatórias contra" os migrantes ilegais, afirmando que estes também são "negligenciados pelas organizações da ONU e da União Europeia".
Em 2011, durante a guerra na Líbia, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) abriu um campo de refugiados em Choucha, que chegou a abrigar 18 mil pessoas no auge da crise.
Em 2013, o ACNUR decidiu fechar este local enquanto centenas dos seus ocupantes aguardavam a realocação em países terceiros, tendo alguns conseguido sair da Tunísia, enquanto outros receberam soluções em áreas urbanas.
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