O ministro da Saúde, Arié Dery, que assumiu o cargo na noite de quinta-feira, reuniu-se esta sexta-feira com os responsáveis pela saúde pública de Israel para fazer um balanço do impacto no país do aumento dramático do número de casos na China do coronavírus que provoca a doença covid-19.
Durante a reunião, "foi decidido ordenar às companhias aéreas estrangeiras que só aceitem cidadãos estrangeiros em voos da China para Israel se tiverem teste [negativo] para a covid-19", afirmou Arié Dery, em comunicado.
O ministro pediu ainda aos responsáveis pela saúde pública a criação de um centro de rastreio "voluntário" para as pessoas que chegam ao território a partir da China e recomendou "que se evite" viajar para aquele país.
A China está a enfrentar uma onda de contaminações sem precedentes desde o abandono abrupto, no início do mês, da chamada política de "covid zero".
No entanto, o país anunciou o fim das quarentenas obrigatórias à chegada ao território a partir de 8 de janeiro e a retoma gradual das viagens de chineses ao estrangeiro, o que preocupa vários países.
Antes do anúncio de Israel, Espanha também avançou esta sexta-feira que vai estabelecer "controlos nos aeroportos" para os viajantes com origem na China, para garantir que não são portadores do vírus.
De acordo com a ministra da Saúde espanhola, Carolina Darias, os viajantes da China terão de apresentar, à entrada do país, "um comprovativo de que estão negativos [para a infeção] ou de que têm o esquema vacinal completo".
O anúncio foi também feito no dia a seguir à realização de uma reunião informal em Bruxelas, convocada pela Comissão Europeia com o objetivo de encontrar "uma abordagem coordenada" para todos os Estados-membros, mas que terminou sem qualquer decisão.
De todos os países membros da União Europeia (UE), a Espanha foi o segundo mais foi atingido em março de 2020 pela pandemia, logo atrás da Itália.
Além de Espanha, apenas a Itália - entre os 27 países da UE -- tinha já anunciado a decisão de exigir testes negativos aos passageiros que chegam da China.
Fora da UE, os Estados Unidos e o Japão deram um passo semelhante.
Segundo um comunicado esta sexta-feira divulgado pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), a introdução da triagem obrigatória de covid-19 na União Europeia para viajantes que chegam da China "seria injustificada".
Os países da UE "têm níveis relativamente elevados de imunização e vacinação" e "as variantes que circulam na China já circulam na UE", explicou o centro, defendendo que a medida não era necessária a nível da UE no seu todo.
De acordo com a Universidade norte-americana Johns Hopkins, que desde o início da pandemia fornece dados sobre casos e mortes da doença, a China registou até agora 4,4 milhões de casos e 16.938 óbitos.
A covid-19 é uma doença respiratória infecciosa causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado há três anos na China e que se disseminou rapidamente pelo mundo, tendo assumido várias variantes e subvariantes, umas mais contagiosas do que outras.
A doença é uma emergência de saúde pública internacional desde 30 de janeiro de 2020 e uma pandemia desde 11 de março de 2020.
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