Republicanos falham eleição de McCarthy. Votação é retomada quarta-feira
Os republicanos adiaram a eleição do líder na Câmara dos Representantes do Congresso dos EUA para quarta-feira, perante o impasse interno na escolha de Kevin McCarthy, situação inédita nos últimos 100 anos.
© Reuters
Kevin McCarthy perdeu esta terça-feira por três vezes a eleição para presidir a câmara baixa do Congresso norte-americano.
A Câmara dos Representantes decidiu adiar para as 12:00 de quarta-feira (17:00 em Lisboa) a votação para eleger o novo presidente, noticiou a agência Efe.
Na terceira votação, o líder da bancada republicana voltou a falhar os 218 necessários para substituir a democrata Nancy Pelosi como novo presidente da Câmara, apesar do seu partido ter a maioria parlamentar.
Vinte republicanos votaram no congressista Jim Jordan, de Ohio, num claro desafio ao seu líder, enquanto o candidato da minoria democrata, Hakeem Jeffries, de Nova Iorque, obteve os 212 votos do seu partido político.
Desta forma, a ala mais à direita do Partido Republicano mantém bloqueada a eleição do novo líder da Câmara dos Representantes, que não pode começar os trabalhos até que seja eleito um novo presidente.
Nas duas primeiras votações, McCarthy teve apenas 203 votos.
Nas três votações, McCarthy tentou ganhar o apoio de colegas republicanos da fação mais conservadora, que se recusavam a dar os seus votos, mas nunca foi claro de que forma poderia evitar tornar-se o primeiro candidato a líder do partido maioritário da câmara nos últimos 100 anos a não conseguir ganhar a votação.
O republicano tinha prometido uma "batalha" pelo tempo que fosse necessário para superar os colegas de direita que se recusam a dar os seus votos.
Eram necessários 218 votos dos 435 da Câmara de Representantes para liderar a câmara baixa.
Com apenas 222 lugares, o Partido Republicano podia dar-se ao luxo de perder um punhado de votos e ainda assim conseguir eleger Kevin McCarthy logo na primeira volta.
Contudo, a oposição dos ultraconservadores próximos de Trump estragou os planos aos Republicanos, que terão de se sujeitar a novas votações, de desfecho imprevisível.
Os congressistas ultraconservadores criticaram McCarthy por este não ter negociado com eles uma reforma das regras do debate ou dos nomes para liderar as comissões parlamentares na nova legislatura.
McCarthy, legislador da Califórnia e líder das fileiras republicanas desde 2014, já tinha antecipado que não tinha os 218 votos necessários e que haveria "uma batalha na câmara".
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