"Al-Shabab solicitou a abertura de negociações com o governo somali, mas existem dois grupos dentro de Al-Shabab", disse o ministro-adjunto da Defesa Abdifatah Kasim, acrescentando: "O primeiro é constituído por estrangeiros e o segundo é de somalis locais. Estes têm uma oportunidade de abrir negociações, mas os estrangeiros que invadiram o país não têm direito a conversações. A única opção é regressarem ao local de onde vieram".
Não houve nenhuma reação imediata do Al-Shabab, uma filial da Al-Qaeda que durante mais de uma década levou a cabo bombardeamentos de grande visibilidade na capital da Somália e controlou partes das regiões centro e sul do país, complicando os esforços para reconstruir o estado, após décadas de conflito.
Segundo Abdifatah Kasim, os membros somalis daquele grupo extremista "estão dispostos a render-se ao governo", devendo seguir instruções e reintegrarem-se na sociedade.
Esta é a primeira vez que o governo da Somália diz que o grupo extremista solicitou conversações. Em setembro, durante uma visita aos Estados Unidos da América, o Presidente somali, Hassan Sheikh Mohamud, afirmou que os extremistas não estavam dispostos a negociar, apesar da disponibilidade então manifestada pelo governo somali.
O Al-Shabab conta com milhares de combatentes, incluindo um número desconhecido de estrangeiros, tanto de países regionais como dos países vizinhos do Quénia. Os extremistas levaram a cabo vários ataques ao longo dos anos no Quénia, incluindo na capital, Nairobi, e numa base militar utilizada pelos Estados Unidos.
No horizonte do grupo Al-Shabab está a imposição de uma lei islâmica rigorosa na Somália e a retirada das tropas estrangeiras que operam no país. Os Estados Unidos têm uma presença militar na Somália para combater os extremistas, juntamente com a Turquia e uma força multinacional da União Africana.
Após a eleição no ano passado, o presidente da Somália lançou uma ofensiva militar contra o al-Shabab, contando com o apoio de algumas milícias locais que recuperaram o controlo de várias comunidades. Num discurso de Ano Novo, Hassan Sheikh Mohamud prometeu eliminar o al-Shabab este ano.
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