Vítimas de pedofilia mantêm processos contra cardeal George Pell

Os advogados que representam a acusação no processo que decorre na Austrália contra o cardeal George Pell, por danos psicológicos e alegados abusos sexuais, dos quais foi absolvido, disseram hoje que os casos têm de continuar a ser julgados.

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Lusa
11/01/2023 08:55 ‧ 11/01/2023 por Lusa

Mundo

Abusos na Igreja

George Pell morreu na noite passada em Roma, aos 81 anos, após ter sido operado a uma intervenção cirúrgica a uma anca.  

O pai de uma das crianças que acusou Pell de abusos sexuais nos anos 1990 pede uma compensação financeira por danos psicológicos sendo que o processo penal que julgou o caso em 2018, absolveu o cardeal em 2020. 

Lisa Flynn, diretora do escritório de advogados Shine que representa o pai da vítima, indicou hoje, através de comunicado, que vai manter "o processo contra a igreja" referindo-se também ao eventual património deixado por Pell, para a obtenção de possíveis compensações.

No mesmo documento, Flynn diz que "há ainda uma grande quantidade de provas que sustentam a acusação" e que, por isso, vai pedir ao tribunal para se pronunciar, "quando for oportuno". 

Em agosto de 2022, o Tribunal Supremo da região australiano de Victoria recusou um pedido da igreja católica no sentido de "parar o processo". 

O acusador, que é nomeado nos documentos judiciais através das iniciais RWQ, reclama que sofre de problemas psicológicos após ter tomado conhecimento dos supostos abusos de que o filho terá sido vítima, nos anos noventa.

A vítima, filho de RWQ, morreu em 2014 devido a "uma sobredose acidental (de medicamentos)".  

Trata-se de um dos casos contra o cardeal Pell, que desempenhou funções de secretário para a Economia do Estado do Vaticano.

Em 2017, Pell foi formalmente acusado de cinco agressões sexuais cometidas na igreja de St. Patrick quando era arcebispo de Melbourne, nos anos 1990. 

Pell foi considerado culpado em dezembro de 2018 a seis anos de cadeia, pelos atos cometidos em Melbourne, sendo a sentença confirmada em agosto de 2019.

Em abril de 2020 o Tribunal Superior da Austrália, máxima instância judicial do país, reverteu a sentença que tinha condenado o alto membro da igreja. 

O cardeal Pell, que foi a terceira figura mais importante do Vaticano, esteve três meses na prisão antes de ter sido posto em liberdade. 

Leia Também: Morreu o cardeal George Pell aos 81 anos de idade

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