Em comunicado, a Polícia Federal adianta que os detidos foram entregues à Polícia Civil do Distrito Federal, responsável pelo encaminhamento ao Instituto Médico Legal e, posteriormente, ao sistema prisional.
"Ao todo, 1.843 pessoas foram conduzidas pela Polícia Militar do Distrito Federal para a Academia Nacional de Polícia. Todos os detidos foram identificados pela Polícia Federal e irão responder, na medida de suas responsabilidades, por crimes de terrorismo, associação criminosa, atentado contra o Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, perseguição, incitação ao crime, entre outros", refere a Polícia Federal.
A autoridade policial também rejeitou denúncias feitas de maus-tratos feitas por detidos.
"Durante toda a ação, os detidos receberam alimentação regular [pequeno-almoço, almoço, lanche e jantar] e hidratação. As equipas médicas estiveram disponíveis durante todo o período, tendo sido realizados 433 atendimentos. Desses, 33 pacientes foram levados para unidades de saúde", afirmou a Polícia Federal.
Já o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão responsável por exercer o controlo da atuação administrativa e financeira do poder judiciário no Brasil, informou também num comunicado que foram presas em flagrante, identificadas e ouvidas pela Polícia Federal e pela Polícia Civil do Distrito Federal um total de 1.418 pessoas.
Deste total, 222 foram presas na Praça dos Três Poderes e 1.196 foram presas no acampamento em frente ao Quartel General do Exército.
Também foram identificadas e libertadas sem interrogatório, por questões humanitárias, 599 pessoas (idosos, pessoas com problemas de saúde, em situação de rua e mães acompanhadas de crianças).
O CNJ destacou ainda que face ao grande número de audiências de custódia dos presos a serem realizadas e em virtude da estrutura necessária à sua consecução no menor tempo possível, o Supremo Tribunal Federal delegou em outros tribunais a realização das referidas audiências.
A previsão é que todas as audiências dos detidos nos atos de vandalização em Brasília estejam concluídas até ao próximo domingo.
Apoiantes do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram no domingo passado as sedes do Supremo Tribunal Federal, do Congresso e do Palácio do Planalto, em Brasília, obrigando à intervenção policial para repor a ordem e suscitando a condenação da comunidade internacional.
A invasão começou depois de militantes da extrema-direita brasileira que apoiam o anterior presidente, derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de outubro passado, terem convocado um protesto para a Esplanada dos Ministérios, na capital brasileira.
Entretanto, o juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes afastou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, por 90 dias, considerando que tanto o governador como o ex-secretário de Segurança e antigo ministro da Justiça de Bolsonaro Anderson Torres terão atuado com negligência e omissão.
Torres é alvo de um pedido de prisão que ainda não foi cumprido por se encontrar em viagem aos Estados Unidos da América.
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