Um tribunal francês ordenou ao pequeno município de La Flotte, na ilha atlântica de Ìle-de-Ré, que remova uma estátua da Virgem Maria que está localizada num cruzamento, por considerar que a mesma viola a separação entre a igreja e o Estado.
A estátua foi erguida por uma família local após a Segunda Guerra Mundial, após pai e filho terem retornado vivos do conflito.
Inicialmente, encontrava-se num jardim privado, mas a família depois doou-a à cidade, que a instalou num cruzamento, em 1983.
La Libre Pensée 17, uma associação dedicada à defesa da laicidade, no entanto, avançou com uma queixa contra a estátua, com base no facto de uma lei francesa de 1905 proibir monumentos religiosos em espaços públicos.
Um tribunal de Poitiers deu seguimento à queixa, tal como, em recurso, o tribunal regional de Bordeaux. Por fim, La Flotte foi ordenada a remover a estátua, de acordo com um comunicado à imprensa.
O autarca local Jean-Paul Heraudeau considerou a discussão em torno da estátua de "ridícula", até porque a mesma, defende, faz parte do "património histórico" da cidade e deveria ser considerada "mais um memorial do que uma estátua religiosa".
Apesar de admitir que as autoridades não tiveram a intenção de expressar qualquer preferência religiosa, o tribunal disse também que "a Virgem Maria é uma figura importante na religião cristã", o que lhe confere "um caráter inerentemente religioso".
Agora, a autarquia tem seis meses para retirar a polémica estátua.
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