'Todos' querem enviar tanques Leopard-2 para a Ucrânia. Mas o que são?
Leopard-2 têm mais rapidez e "pontaria de última geração". Alemanha tem de dar o 'ok' para que os países possam enviá-los para a Ucrânia mas, até ao momento, o impasse ainda não foi resolvido.
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Mundo Guerra na Ucrânia
Vários países europeus - onde Portugal se inclui - já mostraram disponibilidade para enviar tanques Leopard-2 para a frente de batalha na Ucrânia. A decisão da ida deste equipamento militar para o país liderado por Volodymyr Zelensky está dependente da 'luz verde' da Alemanha - a detentora das "licenças correspondentes", que ainda não chegou.
Esta quinta-feira, dia 19 de janeiro, o chefe de Estado ucraniano, em conferência de imprensa, citado pela Interfax, apontou que países como Portugal, Polónia, Finlândia e Espanha estão entre um "número suficiente de países que estão prontos nem que seja a providenciar um pequeno número de tanques".
"Estamos à espera do consentimento do país que tem direito para emitir as licenças correspondentes", afirmou ainda o Presidente ucraniano, falando precisamente na Alemanha.
Já na tarde de hoje, ficou-se a saber que o governo alemão adiou a decisão sobre o fornecimento de tanques de combate Leopard-2 a Kyiv, no âmbito da reunião do Grupo de Contacto para a Ucrânia, afirmando que vai rever as reservas e disponibilidade deste material.
Durante a reunião a decorrer hoje na base militar norte-americana de Ramstein, na Alemanha, o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, não descartou o envio, mas indicou que não existe um parecer unânime sobre o destacamento de tanques Leopard-2, de fabrico alemão, que a Ucrânia afirma precisar para combater as forças russas na região de Donbass - no leste -, confirmaram fontes diplomáticas à agência noticiosa espanhola Europa Press.
Pistorius rejeitou ainda que haja uma "frente de aliados" maioritariamente a favor do envio e que estão a pressionar a Alemanha a desbloquear a autorização para que os Leopard-2 sejam disponibilizados: "Qualquer decisão sobre os Leopard será tomada em consenso com os aliados", acrescentou, assegurando que o seu governo "não está sozinho" nesta opinião.
Antes desta decisão alemã, a Polónia, através do assessor presidencial, Pawel Soloch, já tinha feito uma espécie de aviso: se a Alemanha não autorizasse o envio de tanques de guerra Leopard para a Ucrânia, abrir-se-á uma "fenda na NATO".
Mas o que são os tanques Leopard-2?
Dominic Waghorn, editor da SkyNews, explicou qual a importância dos tanques Leopard-2 para a Ucrânia, salientando ainda que os atuais equipamentos deste género que as forças de Zelensky estão a usar são "vulneráveis a um ataque russo".
"Para repelir uma ofensiva russa na primavera, eles precisam de tanques de batalha modernos, muito mais protegidos, rápidos e mortais. E também precisam deles se quiserem romper as forças russas e recuperar as terras tomadas pelos ocupantes", destacou o especialista.
Deste modo, continuou Waghorn - num acompanhamento da guerra na Ucrânia da SkyNews que poderá ler aqui - "o melhor tanque para a Ucrânia seria o Leopard-2". "Os tanques são classificados de acordo com sua capacidade de atingir outros alvos e sua resistência ao ataque. O Leopard-2 move-se rápido, tem uma pontaria de última geração e é bem protegido por blindagem", frisou.
Outra das vantagens é que o Leopard-2 - que pode ver na imagem acima - "é operado por 14 países europeus", de modo "que as peças de reposição estão amplamente disponíveis".
Já no site do Exército Português, o ramo das Forças Armadas que opera o referido tanque no nosso país, é descrito que o Leopard-2 é fabricado pela Krauss-Maffei-Wegmann e tem 10970 (mm) de comprimento, 3760 (mm) de largura e 3030 (mm) de altura. Com um peso de 60000 (Kg), atinge a velocidade máxima de 68 Km/h e é capaz de transportar uma tripulação de quatro pessoas.
De recordar que estes Leopard-2 são fabricados na Alemanha, tendo entrado em funcionamento no ano de 1979 - substituindo o modelo anterior, o Leopard-1 -, tornando obrigatória a permissão de Berlim para a exportação de armamento para países terceiros.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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