No seu discurso habitual à população, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, falou sobre a reunião que está a decorrer em Ramstein, na Alemanha, entre 54 países, para afinar eventuais novos apoios a Kyiv na luta contra a invasão russa.
"Podemos concluir que [a reunião de] Ramstein fortalecerá a nossa resiliência. Os nossos parceiros estão firmes na sua atitude – eles vão apoiar a Ucrânia o quanto for necessário para a nossa vitória. Sim, ainda teremos que lutar pelo fornecimento de tanques modernos, mas a cada dia tornamos mais óbvio que não há alternativa a não ser tomar a decisão sobre os tanques", disse Zelensky no discurso, numa altura em que o executivo alemão ainda não tomou uma decisão sobre o eventual envio de tanques Leopard 2 para a Ucrânia.
"Conseguimos fortalecer significativamente a nossa força de artilharia. É extremamente forte em armas e munições. Temos bons resultados com veículos blindados - várias centenas de veículos de combate foram adicionados ao nosso arsenal. Também temos resultados significativos relativos a mísseis para vários sistemas de lançamento e às nossas armas antiaéreas", continuou o chefe de Estado ucraniano.
"A única coisa que vale a pena destacar é o tempo, o tempo de entrega. Cada acordo deve ser implementado o mais rápido possível – para a nossa defesa. A próxima semana, para a qual já estamos a preparar-nos, também deve trazer os seus frutos defensivos", revelou ainda Zelensky, que agradeceu a vários chefes de Estado internacionais, nomeadamente Joe Biden, presidente dos EUA, e Recep Tayyip Erdoğan, presidente da Turquia.
Sobre os EUA, Zelensky agradeceu ao presidente Biden, a todos os congressista e "a todos os americanos que sabem que a liberdade não pode ser perdida". "Este ano, é extremamente importante não desacelerar o ritmo da nossa cooperação – entre a Ucrânia e os Estados Unidos – em todas as esferas. Tenho a certeza que será assim. O tema principal é, claro, a defesa. A proteção do nosso céu, tanques para a Ucrânia, precisamos de mísseis de longo alcance para libertar o nosso território", continuou.
O chefe de Estado ucraniano agradeceu, também, ao primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, e a "todos os países que esta semana deram mais um passo no apoio à nossa defesa comum", listando: "Dinamarca, República Checa, Estónia, Letónia, Lituânia, Polónia, Eslováquia, Reino Unido, Finlândia, Países Baixos e outros – obrigado!"
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da ONU. A entidade confirmou ainda que já morreram, pelo menos, 7.031 civis, tendo 11.327 ficado feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
[Notícia atualizada às 19h52]
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