Presidente diz que Cabo-Verde tem "dever moral" em homenagear Cabral

O Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves afirmou hoje que Amílcar Cabral (1924-1973) sintetiza o "espírito heroico cabo-verdiano" e que há o "dever moral" de homenagear o líder da independência cabo-verdiana e guineense.

Notícia

© Getty Images

Lusa
20/01/2023 20:42 ‧ 20/01/2023 por Lusa

Mundo

Amílcar Cabral

"Cabral acaba por sintetizar todo esse espírito heroico cabo-verdiano. Então, é bom podermos comemorar esse dia como um símbolo porque hoje, para além do dia dos Heróis Nacionais, é o dia da nacionalidade. Simbolicamente, renascemos com Cabral enquanto comunidade política, para ter os nossos destinos das nossas próprias mãos", afirmou José Maria Neves, no final da cerimónia de deposição de uma coroa de flores no memorial Amílcar Cabral, na cidade da Praia.

O ritual acontece todos os anos em 20 de janeiro, data em que se assinala mais um aniversário da sua morte - assassinado em Conacri - e dia dos Heróis Nacionais em Cabo Verde.

"Temos obrigação moral de fazer uma grande homenagem a Cabral. Neste momento arrancam também as atividades do centenário do nascimento de Amílcar Cabral e vemos que pelo mundo universidades, centros de investigação, comunidades na diáspora, estão a celebrar este momento grande que é o nascimento de Amílcar Cabral", acrescentou.

José Maria Neves sublinhou, através da imagem reproduzida por Amílcar Cabral, que o povo de Cabo Verde "é por natureza um povo heroico desde o povoamento".

"Com muito heroísmo conseguimos resistir a uma natureza muito agreste. Depois tivemos fomes, tivemos mortandade, tivemos sempre na nossa vida enorme escassez de água e tivemos que mobilizar toda a nossa água, todo o nosso espírito, para criar Cabo Verde todos os dias e viver", recordou.

"E ao longo da história houve momentos de grande heroísmo dos homens e das mulheres, cabo-verdianas. Temos desde o início uma luta muito grande dos cabo-verdianos, os filhos da terra, por mais dignidade, por mais justiça, foi sempre uma ânsia dos filhos da terra", notou ainda.

Filho do cabo-verdiano Juvenal Cabral e da guineense Iva Pinhel Évora, o líder histórico nasceu na Guiné-Bissau em 12 de setembro de 1924, partiu para Cabo Verde com 8 anos, acompanhando a sua família, onde viveu parte da infância e adolescência.

Posteriormente, foi fundador do então PAIGC, líder dos movimentos independentistas na Guiné-Bissau e Cabo Verde, e foi assassinado em 20 de janeiro de 1973, em Conacri, aos 49 anos.

Uma lista feita por historiadores para o programa World Histories Magazine, da BBC, considerou-o o segundo líder mundial mais inspirador de todos os tempos, classificação encabeçada por Ranjit Singh, marajá do império sikh, no início do século XIX.

Leia Também: Amílcar Cabral? Jovens cabo-verdianos querem que políticos sigam exemplo

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas