Manifestantes mantêm protestos em 15 dos 24 departamentos do Peru
Os manifestantes peruanos antigovernamentais continuam a bloquear 120 caminhos em 15 departamentos dos 24 que o Peru tem, menos três do que os registados na quinta-feira, informou hoje o Ministério dos Transportes.
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Mundo Peru
De acordo com o último relatório da Superintendência de Transporte Terrestre de Pessoas, Cargas e Mercadorias (Sutrán), os departamentos afetados diminuíram de 18 para 15, assim como os caminhos bloqueados (de 127 para 120) e as rodovias afetadas (de 24 para 26).
O maior bloqueio de estradas acontece no sul do departamento de Arequipa, onde mais de uma centena de pessoas -- que pedem o encerramento do Congresso, novas eleições e a libertação do ex-Presidente Pedro Castillo -- cortaram o acesso a mais de 200 viaturas, segundo dados da Polícia Nacional do Peru (PNP), a que a agência de notícias EFE teve acesso.
Da mesma forma, a PNP registou um bloqueio organizado por 300 pessoas na cidade de Sicuani, que têm impedido o trânsito com pedras, paus, pneus e montes de terra a uma centena de automóveis de passageiros.
No norte, os focos mais afetados estão nos departamentos de La Libertad, onde foram registados cortes nos distritos das províncias de Trujillo e de Cajamarca, região onde nasceu Pedro Castillo.
O acesso de comboio a Machu Picchu, principal atração turística do Peru e declarada Património da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em 1983, também foi bloqueado devido aos protestos.
A concessionária Ferrocarril Trasandino S.A. anunciou a suspensão "até novo aviso" das operações ferroviárias entre Cuzco e Machu Picchu devido ao "persistente bloqueio da ferrovia por manifestantes e os danos causados em diferentes pontos".
Hoje, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM) no Peru solicitaram que fosse permitido o trânsito humanitário de refugiados e migrantes no país após a morte do quatro haitianos devido aos protestos.
"Pedimos que seja permitido o trânsito humanitário, especialmente das pessoas em situação mais vulnerável, como famílias, meninas, meninos, grávidas, refugiados e migrantes, idosos e pessoas com problemas de saúde", disseram ambas as organizações num comunicado divulgado nas redes sociais.
A ACNUR e OIM confirmaram que quatro pessoas de nacionalidade haitiana morreram em 18 de janeiro no distrito de Desaguadero, localizado a 3.800 metros acima do nível do mar, no sul do departamento de Puno, adjacente à Bolívia, devido a "intempéries e falta de alimentos".
Estas mortes deixaram uma criança menor de 12 anos órfã, detalharam.
As organizações alertaram que, devido aos bloqueios de estradas, muitas pessoas forçadas a se deslocar ou migrantes em trânsito ficaram retidas, sem abrigo ou comida e, em alguns casos, com graves problemas de saúde.
No total, já morreram 59 pessoas desde o início das paralisações no Peru em dezembro passado.
Especificamente, os protestos deixaram 44 manifestantes e um polícia mortos, enquanto as outras 14 pessoas, incluindo um feto e quatro haitianos, morreram de várias causas provocadas pelos bloqueios de estradas.
Os manifestantes exigem a demissão da Presidente peruana, Dina Boluarte, e o encerramento do Congresso, além do agendamento de eleições para 2023 e de uma assembleia constituinte.
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