Turquia pede às autoridades suecas que impeçam queima do Corão

O Governo turco pediu às autoridades suecas que "tomem as precauções necessárias" para evitar a anunciada queima de uma cópia do Corão hoje por um grupo de extrema-direita na Suécia, classificando este ato como "islamofóbico" e "crime de ódio".

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© Ozan Guzelce/ dia images via Getty Images

Lusa
21/01/2023 13:16 ‧ 21/01/2023 por Lusa

Mundo

Turquia

"Infelizmente, a permissão foi concedida, apesar de todos os nossos esforços. Pensamos que esta ação terá lugar por volta das 14:00 ou 15:00 horas [13:00 ou 14:00 hora de Lisboa]", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlut Çavusoglu, citado pela agência de notícias espanhola EFE.

A Turquia convocou na sexta-feira o embaixador sueco em Ancara, Staffan Herrström, para protestar contra esta ação e já hoje anunciou o cancelamento de uma visita que estava prevista para a próxima semana a Ancara do ministro da Defesa sueco, em que se ia discutir o veto da Turquia à adesão do país escandinavo à NATO.

"Ninguém pode chamar a isto liberdade de pensamento ou de expressão", criticou o ministro turco, advertindo que, apesar de a queima de outros livros sagrados ser hoje proibida, este ato de "islamofobia" é permitido.

Mevlut Çavusoglu esperava que as autoridades suecas impedissem a queima de uma cópia do Corão, e alertou que tal ato não está protegido pela lei sueca ou por decisões do Conselho da Europa ou do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.

Ancara convocou o embaixador sueco na semana passada após a divulgação, na semana passada, de um vídeo mostrando um manequim enforcado, identificado como o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

Essa encenação foi realizada por um grupo próximo do Comité Rojava, que apoia os curdos da Síria.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros sueco Tobias Billstrom condenou o incidente nas redes sociais, descrevendo-o como "abominável".

A Turquia bloqueia desde maio a entrada da Suécia -- e da Finlândia -- na NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental), acusando-a de acolher ativistas e simpatizantes curdos que classifica como "terroristas", em particular os do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e seus aliados no norte da Síria e no Iraque.

Leia Também: Turquia cancela visita de ministro sueco da Defesa devido a manifestação

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