Ex-comandante do grupo Wagner será deportado da Noruega

O indivíduo terá fugido da Rússia por temer pela sua própria vida, depois de ter testemunhado o assassinato e maus-tratos sobre vários combatentes russos levados para a linha da frente na Ucrânia.

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© Reprodução Instagram Sergiy Stakhovsky

Notícias ao Minuto
23/01/2023 14:23 ‧ 23/01/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

Ucrânia/Rússia

Um ex-comandante do grupo mercenário russo Wagner, Andrei Medvedev, que fugiu recentemente para a Noruega, foi detido pela polícia local por suspeita de ter entrado ilegalmente no país. E, de acordo com o grupo de direitos humanos russo Gulagu.net, prepara-se agora para ser deportado para a Rússia, segundo noticia a Reuters.

"Ele está sob custódia policial, e estamos a considerar se devemos pedir uma decisão do tribunal para efetivar a detenção", explicou à agência noticiosa Line Isaksen, da linha de advogados da polícia norueguesa.

O indivíduo terá fugido da Rússia por temer pela sua própria vida, depois de ter testemunhado o assassinato de vários combatentes russos levados para a linha da frente na Ucrânia, para combater ao lado do grupo Wagner, bem como os maus-tratos de que tinham sido alvo.

O referido grupo de ativistas, que diz ter falado com Medvedev ao telefone, referiu que este antigo comandante poderá ser alvo de "agressões brutais" e, eventualmente, até de "assassinato" se for enviado para a Rússia. Segundo esta fonte, o ex-comandante foi detido no domingo à noite e posteriormente levado para um centro de detenção, para posterior deportação.

Porém, segundo reporta a Reuters, as autoridades norueguesas não confirmaram ainda, até agora, quaisquer intenções efetivas de levarem a cabo tal deportação.

Como apontou ainda o grupo de direitos humanos russo Gulagu.net, tudo isto acontece numa altura em que Andrei Medvedev já "viu a luz" e "está pronto e disposto a cooperar com o mundo, com a investigação internacional e com as autoridades da Noruega", destacando as suas intenções de "viver e testemunhar" contra o grupo Wagner e o fundador do grupo mercenário, Yevgeny Prigozhin.

Recorde-se que Andrei Medvedev fez parte do Exército russo e cumpriu, até, pena de prisão antes de se juntar ao grupo Wagner, em julho passado, tendo assinado um contrato de quatro meses. Segundo o ex-comandante, o grupo teria prolongado, depois, repetidamente esse mesmo contrato sem o seu consentimento, o que motivou as discordâncias entre ambas as partes - e a consequente fuga para território norueguês.

Medvedev pediu, entretanto, asilo político e proteção internacional, tendo entretanto sido alojado num centro para infratores de leis migratórias - tendo-se mostrado disposto a testemunhar acerca das atrocidades cometidas pelo grupo Wagner na Ucrânia.

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