"As sanções mostram o desespero e a frustração da UE e do Reino Unido após o seu fracasso em criar instabilidade no Irão", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Naser Kanani.
"Eles sabem muito bem que estas sanções não afetarão a determinação da nação iraniana em lidar com conspirações e interferências estrangeiras", acrescentou, na rede social Twitter.
Kanani garantiu que Teerão responderá à nova ronda de sanções ocidentais e anunciará "em breve" medidas recíprocas contra "violadores dos direitos humanos e patrocinadores do terrorismo na União Europeia e no Reino Unido".
Na segunda-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE acrescentaram 37 indivíduos ou entidades iranianas envolvidas na repressão dos protestos, que agitam a República Islâmica desde setembro, na lista de sanções por violações aos direitos humanos.
O Governo britânico também anunciou novas sanções contra organizações e responsáveis iranianos, incluindo o procurador-geral adjunto, Ahmad Fazelian.
"O Reino Unido e os nossos parceiros enviaram uma mensagem clara através destas sanções de que não haverá esconderijo para os culpados das piores violações dos direitos humanos", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, James Cleverly.
Também os EUA anunciaram novas sanções contra responsáveis iranianos, na nona ronda de sanções dos EUA contra Teerão desde o início dos protestos.
Kanani não se referiu hoje às novas sanções dos EUA.
Há vários meses que se registam protestos de rua no Irão contra a morte de Masha Amini, uma jovem de 22 anos que morreu a 16 de setembro de 2022, três dias depois de ser detida pela chamada polícia de costumes, por violar o rígido código de indumentária da República Islâmica, que inclui o uso obrigatório do véu em público para as mulheres.
As autoridades iranianas responderam com uma forte repressão policial que resultou em quase 500 mortes e perto de 20.000 detenções, de acordo com organizações não-govrnamentais sediadas fora do Irão.
Em sequência, quatro manifestantes foram executados, um deles publicamente, e pelo menos 17 pessoas foram condenadas à morte por enforcamento.
Os protestos perderam um impulso significativo após as execuções dos quatro manifestantes e nas últimas semanas houve poucas manifestações nas ruas do Irão.
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