Rússia está a violar "princípios fundamentais da proteção de crianças"
"Dar-lhes a nacionalidade [russa] ou dá-los para adoção vai contra os princípios fundamentais da proteção de crianças em situações de guerra", explicou o líder da ACNUR, Filippo Grandi.
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Mundo Guerra na Ucrânia
O líder da agência das Nações Unidas para os refugiados (ACNUR), Filippo Grandi, adiantou esta sexta-feira, que a Rússia está a violar os "princípios fundamentais da proteção de crianças" em plena guerra, ao fornecer a estes jovens ucranianos passaportes russos e, posteriormente, aos colocá-los para adoção.
Em entrevista à Reuters, Filippo Grandi explicou, na sequência de uma visita à Ucrânia, que o presidente Volodymyr Zelensky tinha pedido à agência citada para "fazer mais" para ajudar as crianças que se encontram em regiões ocupadas pela Rússia.
"Dar-lhes a nacionalidade [russa] ou dá-los para adoção vai contra os princípios fundamentais da proteção de crianças em situações de guerra", explicou o líder da ACNUR, que acrescentou: "Isto é algo que está a acontecer na Rússia e que não deve acontecer".
Apesar dessa confirmação, o chefe máximo da agência da ONU revelou que não foi ainda possível oferecer uma estimativa acerca do número de crianças a quem tinham sido concedidos passaportes ou que tinham sido colocados para adoção, pelo facto do seu acesso a tais contabilizações russas ser altamente limitado.
"Estamos sempre à procura de acesso, e o acesso tem sido bastante raro, esporádico e não desimpedido, se é que me entendem", explicou a mesma fonte, em declarações à Reuters.
As declarações de Filippo Grandi surgem depois de o chefe de Estado ucraniano ter-lhe pedido, no contexto de uma reunião na quarta-feira, a criação de mecanismos para "defender e devolver" crianças e adultos deportados para a Rússia, bem como para punir os responsáveis por tais casos.
Recorde-se que a Rússia tem vindo a alegar que tais acusações de raptos de crianças ucranianas por parte do país invasor são falsas. "Rejeitamos categoricamente as acusações infundadas de que as autoridades russas estão a raptar crianças", tinha já dito, em julho, o diplomata russo nas Nações Unidas Dmitry Polyansky, segundo reportou a agência TASS.
A guerra na Ucrânia, que teve início a 24 de fevereiro, tirou já a vida a mais de sete mil civis, com outros 11 mil a terem ficado feridos, segundo os cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU).
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