UE congratula-se com novas sanções à Rússia adotadas pelo Japão
A União Europeia saudou as novas sanções dirigidas à Rússia hoje anunciada pelo Japão, em particular o reforço da proibição de exportações de componentes que podem ser utilizados por Moscovo na sua agressão militar à Ucrânia.
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Mundo Guerra na Ucrânia
"A UE congratula-se com a decisão hoje tomada pelo Japão de alinhar ainda mais os seus controlos de exportação com aqueles praticados pela UE, seus aliados e parceiros", lê-se num comunicado hoje divulgado em Bruxelas pela Comissão Europeia.
Apontando que o Japão "está a reforçar os seus controlos de exportação de tecnologias sensíveis como parte de um esforço global sem precedentes e coordenado para assegurar a eficácia das sanções contra a Rússia", a União Europeia sublinha que a decisão enquadra-se num esforço conjunto da UE e dos seus parceiros internacional para privar Moscovo de "tecnologias sensíveis que correm o risco de ser utilizadas para alimentar a agressão injustificada da Rússia contra a Ucrânia ou para apoiar o complexo militar-industrial da Rússia".
"As nossas sanções reduziram a possibilidade de exportar bens de dupla utilização para a Rússia, limitando severamente o acesso da Rússia a uma vasta gama de tecnologias avançadas, incluindo drones, software para dispositivos de encriptação, semicondutores, e químicos utilizados para a produção de armas e sistemas militares", conclui o comunicado.
O Governo japonês anunciou hoje novas sanções contra altos responsáveis políticos e militares russos, bem como uma proibição adicional das exportações japonesas de componentes que poderiam ser utilizados no esforço de guerra.
As medidas congelam bens de 36 indivíduos e de três organizações, incluindo os do ministro da Justiça russo, Konstantin Chuichenko, e de vários vice-ministros, secretários de Estado e altas patentes militares.
Entre os alvos das sanções estão também líderes políticos das autoproclamadas repúblicas pró-russas na Ucrânia, bem como pessoas próximas do oligarca Suleiman Kerimov, considerado uma figura próxima do Presidente russo, Vladimir Putin, também ele sujeito a sanções japonesas desde março.
O Japão decidiu ainda proibir as exportações para 49 organizações ligadas à invasão da Ucrânia e proibir a venda de certos componentes, sendo que Tóquio já não permitia remessas de semicondutores e outras peças e dispositivos tecnológicos.
O objetivo é impedir a utilização destes componentes no fabrico de gás lacrimogéneo e dispositivos automatizados que possam ser usados pelas forças russas, disse hoje o porta-voz adjunto do Governo, Seiji Kihara.
"A invasão russa da Ucrânia não pode ser permitida, pois abala uma ordem internacional construída durante um longo período de tempo com muito esforço e sacrifício", disse Kihara numa conferência de imprensa.
O Japão, que detém este ano a presidência rotativa do bloco G7, "continuará a trabalhar para melhorar a situação juntamente com os países do G7 e a comunidade internacional", acrescentou o porta-voz.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e quase oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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