Durante o encontro, Lula e Biden falarão sobre o apoio "inabalável" dos Estados Unidos da América (EUA) à democracia brasileira e "como os dois países podem continuar a trabalhar juntos para promover a inclusão e os valores democráticos na região e no mundo, particularmente antes da cimeira para a Democracia de março de 2023", disse a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.
Ambos também abordarão formas de continuarem a trabalhar juntos diante de desafios comuns, como as alterações climáticas, a segurança alimentar, o fortalecimento da paz e da segurança ou a gestão da imigração regional.
Lula já havia adiantado que a sua visita seria no dia 10 de fevereiro, mas a data não havia sido confirmada por Washington até agora.
Não se sabe se Biden e Lula abordarão a situação do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que está nos EUA desde dezembro do ano passado.
A Casa Branca tem evitado questionamentos sobre o visto que Jair Bolsonaro pediu para permanecer nos Estados Unidos, alegando que se trata de informação confidencial.
Questionado pela agência espanhola EFE sobre a tipologia de visto que Bolsonaro pedi, o chefe de comunicação do Conselho de Segurança Nacional norte-americano, John Kirby, disse que a lei do país estabelece que a documentação sobre pedidos de visto é sigilosa e, portanto, não pode apresentar detalhar sobre casos individuais.
Bolsonaro viajou para a cidade de Orlando, no estado norte-americano da Florida, no dia 30 de dezembro, dois dias antes de Lula sucedê-lo na Presidência do Brasil, e recentemente pediu uma "mudança de visto" para permanecer no país, explicou à EFE o advogado do ex-chefe de Estado.
Jair Bolsonaro está sob pressão em várias frentes no Brasil, quer pela sua eventual responsabilidade no ataque que os seus apoiantes levaram a cabo às sedes dos três poderes no passado dia 08, quer por irregularidades cometidas durante o seu mandato presidencial.
Kirby não deu mais informações sobre Bolsonaro ou como a sua permanência no país poderia afetar as relações entre os Estados Unidos e o Brasil, mas destacou que Biden está ansioso para receber Lula e que quer encontrar maneiras de melhorar o relacionamento bilateral.
Contudo, a sua permanência nos EUA tem sido contestada por vários políticos norte-americanos, que exigem que seja investigada qualquer ação que possa ter sido tomada em solo norte-americano para ajudar ou coordenar a invasão dos edifícios dos três poderes brasileiros.
"Não devemos permitir que Bolsonaro ou qualquer outro ex-funcionário brasileiro obtenha refúgio nos EUA para escapar da justiça por crimes que possam ter cometido" no Brasil, escreveram dezenas congressistas numa missiva enviada ao Governo de Joe Biden em 12 de janeiro.
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