"É absurdo", considerou em declarações aos 'media' a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova.
"O Presidente francês está verdadeiramente seguro que as entregas de armas pesadas, de aviões ao regime de Kyiv (...) não conduzirão a uma escalada da situação?", acrescentou.
"Recuso acreditar que esta seja a lógica de um homem adulto", invetivou.
A diplomata foi interrogada em conferência de imprensa sobre as declarações de Macron na segunda-feira sobre o eventual envio de novos armamentos para Kyiv, incluindo aviões de caça.
O Presidente francês sublinhou que cada decisão neste sentido deverá responder a "critérios", designadamente que "não signifique uma escalada" e "sem a possibilidade de atingirem território russo".
"Por definição, nada está excluído", acrescentou.
A França anunciou na terça-feira que vai fornecer à Ucrânia 12 canhões Caesar, para além dos 18 canhões deste tipo já enviados, mas Paris recusou até ao momento disponibilizar os seus carros de combate Leclerc.
Em paralelo, a porta-voz da diplomacia russa advertiu Israel contra eventuais entregas de armas à Ucrânia, após o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, indicar que vai "examinar a questão".
"Em relação à entrega de armas [à Ucrânia] não classificamos o país segundo a geografia. Dizemos que todos os países que entregam armas devem compreender que consideramos [as armas] como alvos legítimos para as Forças Armadas russas", disse Zakharova numa referência à possibilidade de fornecimentos israelitas.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.110 civis mortos e 11.547 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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