"Se houvesse uma decisão de todos [os Estados-membros] da NATO, eu seria a favor do envio desses aviões de combate", realçou Morawiecki em entrevista ao jornal alemão Bild.
"A minha avaliação depende do que os países membros da NATO decidirem em conjunto", acrescentou, sublinhando a necessidade de "reflexão estratégica" de toda a Aliança Atlântica para tomar tal decisão.
Na semana passada, o Ocidente ultrapassou a questão dos envios dos tanques às forças ucranianas, com a Alemanha e os Estados Unidos a anunciarem a sua posição favorável.
Logo de seguida, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu uma assistência militar ainda maior, incluindo a entrega de mísseis de longo alcance e aeronaves de combate.
"Cada fase da guerra requer um certo tipo de armas. Já existe uma coligação de tanques. Já existem conversações sobre mísseis de longo alcance e o envio de aviões de combate", assegurou esta quarta-feira no Twitter Mikhaylo Podolyak, assessor presidencial ucraniano, e quando Moscovo acusa a NATO de procurar a sua derrota estratégica com o novo armamento para Kiev.
Após o compromisso ocidental de enviar mais de 100 tanques e carros de combate, a liderança ucraniana pediu agora mísseis até 300 quilómetros de alcance, e que poderão também atingir território da anexada península da Crimeia.
Segundo diversos 'media' internacionais, Washington prepara-se para anunciar mais um pacote de 2,2 mil milhões de dólares (cerca de dois mil milhões de euros) de apoio militar a Kiev.
Os ucranianos poderão receber mísseis com 150 quilómetros de alcance (GLSDB), para além de equipamentos para os sistemas antiaéreos Patriot, munições de alta precisão e mísseis antitanque Javelin.
No entanto, a Ucrânia não será munida de ATACMS, mísseis que podem atingir objetivos a quase 300 quilómetros de distância. Michael FcFaul, antigo embaixador dos Estados Unidos em Moscovo, pediu ao Congresso para reverter esta decisão e autorizar o envio deste armamento para destruir os 'drones' iranianos instalados na Crimeia.
Na segunda-feira, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, recusou categoricamente a ideia de enviar caças F-16 norte-americanos para a Ucrânia, mas outros aliados disseram que estavam prontos para fazê-lo, incluindo a Eslováquia, que possui Mig-29 soviéticos, ou os Países Baixos, que começou a substituir sua frota de F-16 por F-35.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.110 civis mortos e 11.547 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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