O inquérito, preparado pela empresa Taloustutkimus para o jornal finlandês Ilta-Sanomia, mostrou que 53 por cento dos entrevistados são a favor da Finlândia seguir sozinha e quebrar o compromisso que os dois países nórdicos selaram ao solicitar conjuntamente a incorporação na Aliança Atlântica.
Por outro lado, 28% dos entrevistados continuam a favor da manutenção de uma frente comum, enquanto os restantes 19% não têm opinião ou não responderam, segundo o estudo, que tem uma margem de erro de três pontos percentuais.
O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, deixou claro em várias ocasiões que não pensa, por enquanto, em concluir o processo de ratificação da adesão da Suécia à NATO, nomeadamente porque as autoridades suecas supostamente permitiriam que cópias do Corão sejam queimadas em manifestações, aludindo ao sucedido junto à embaixada turca em Estocolmo em janeiro.
Erdogan, no entanto, separou a Finlândia do veto.
Na semana passada, o ministro dos Negócios Estrangeiros finlandês, Pekka Haavisto, sugeriu a possibilidade de uma possível rutura do compromisso com a Suécia, embora em questão de horas tenha minimizado as suas declarações e o Governo de [primeira-ministra finlandesa] Sanna Marin veio declarar que continua a trabalhar para ingressar na Aliança ao mesmo tempo que a Suécia.
A Suécia e a Finlândia prescindiram da sua tradicional política de não-alinhamento militar e pediram a adesão à Aliança Atlântica na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 fevereiro de 2022.
Até à data, 28 dos 30 Estados membros da Aliança Atlântica ratificaram a adesão dos dois países nórdicos, que deve ser aprovada por unanimidade.
Além da Turquia, apenas a Hungria - que afirma não querer bloquear as intenções das duas nações do norte da Europa - ainda não deu o seu aval final.
Para a Turquia, qualquer progresso possível depende de medidas da Suécia para extraditar pessoas acusadas de terrorismo ou de participação na tentativa do golpe de Estado de 2016 contra Erdogan.
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