O antigo primeiro-ministro italiano e líder do partido Forza Italia, Silvio Berlusconi, disse este domingo que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, não deveria ter "atacado" a região de Donbass, culpando a Ucrânia pela invasão russa do país.
Dois dias após Giorgia Meloni se ter encontrado com o homólogo ucraniano na cimeira da UE em Bruxelas, Berlusconi disse que não teria participado na reunião devido à "devastação" da Ucrânia e ao "massacre" dos seus soldados e civis.
"Eu a falar com Zelensky? Se eu fosse primeiro-ministro nunca teria lá ido porque estamos a assistir à devastação do seu país e à morte dos seus soldados e civis", disse, citado pelos meios locais.
"Bastava que Zelensky parasse de atacar as duas repúblicas autónomas de Donbass e isto não teria acontecido, por isso julgo muito, muito negativamente o comportamento deste cavalheiro", continuou.
Neste sentido, o líder da Forza Italia - uma das formações políticas que apoia o governo de Meloni - apelou ao presidente ucraniano para cessar-fogo na frente contra a Rússia, propondo ao mesmo tempo que os Estados Unidos deixem de financiar armas a Kyiv.
"Para alcançar a paz penso que o presidente dos EUA deveria falar com Zelensky e dizer-lhe 'depois do fim da guerra, um plano Marshall está à vossa disposição para reconstruir a Ucrânia' (...) mas com uma condição, que amanhã ordenem um cessar-fogo, porque a partir de amanhã não vos daremos mais dinheiro nem armas", reforçou.
A guerra na Ucrânia tirou já a vida a mais de sete mil civis, com outros 11 mil a terem ficado feridos, segundo os cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU).
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