Erdogan, que falou após uma reunião de cinco horas com o Governo, disse que se tratou do mais grave desastre na Turquia nos últimos 100 anos, sabendo-se que o terramoto de Erzican, em 1939, resultou na morte de 33.000 pessoas.
Cerca de 13.000 pessoas continuam hospitalizadas e as autoridades ainda estão a tentar encontrar sobreviventes, como ainda aconteceu hoje com um pai e um filho, resgatados vivos após terem estado soterrados durante 209 horas.
O Presidente turco informou ainda que 47.000 edifícios, com um total de 211.000 residências, foram destruídos ou ficaram tão danificados que exigem a demolição.
"Continuaremos o nosso trabalho de resgate, até tirarmos o nosso último cidadão dos prédios destruídos", garantiu Erdogan, referindo-se aos esforços de salvamento que prosseguem no terreno, com equipas nacionais e internacionais.
Turquia e Síria foram atingidos, na madrugada do dia 6 de fevereiro, por um terramoto de magnitude 7,8 na escala de Richter, a que se seguiram várias réplicas, uma das quais de magnitude 7,5.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) contabiliza atualmente mais de 31 mil mortos e 100 mil feridos na Turquia e quase 5 mil mortos na Síria.
O diretor regional da OMS para a Europa, Hans Kluge, previu hoje que os números de vítimas "vão aumentar" rapidamente nos próximos dias.
Na segunda-feira, um outro responsável da agência das Nações Unidas, o diretor do Departamento Regional de Emergências da OMS, Rick Brennan, já apontava para um número provisório de vítimas mortais superior: 40.943.
Na conferência de imprensa realizada hoje Hans Kluge acrescentou que há cerca de 26 milhões de pessoas em ambos os países a precisar de ajuda humanitária e, segundo as autoridades turcas, "quase um milhão perdeu as respetivas casas e vive em abrigos temporários".
A estes números, a agência das Nações Unidas junta ainda as cerca de 80.000 pessoas que estão em hospitais e que "colocam uma enorme pressão sobre todo o sistema de saúde, já muito danificado pelo desastre".
Uma delegação da ONU entrou hoje, pela primeira vez desde o sismo, nas áreas do noroeste da Síria, controlada pelos rebeldes, para avaliar as necessidades das populações afetadas.
A delegação das Nações Unidas entrou pelo posto fronteiriço de Bab al-Hawa com a Turquia, numa altura em que equipas de resgate e ativistas locais criticam os atrasos na chegada da ajuda internacional.
Em Nova Iorque, o porta-voz do secretário-geral da ONU afirmou que nos últimos dias 84 camiões atravessaram a passagem de Bab al-Hawa, dos quais 26 hoje.
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