Uma empresa de limpezas de matadouros empregava, ilegalmente, mais de 100 crianças em vários estados dos Estados Unidos, revelou esta sexta-feira o Departamento de Trabalho dos EUA, em comunicado.
"A Packers Sanitation Services Inc. empregou menores de idade para usar produtos químicos cáusticos para limpar serras afiadas e outros equipamentos de alto risco em 13 instalações de processamento de carne em 8 estados", pode-se ler na missiva.
A empresa, "um dos maiores provedores de serviços de saneamento de segurança alimentar do país" pagou 1,5 milhões de dólares (cerca de 1,4 milhões de euros) em multas civis depois de a Divisão de Salários e Horários do Departamento de Trabalho dos EUA ter descoberto que a empresa empregava pelo menos 102 crianças".
Crianças estas que tinham entre 13 e 17 anos de idade, e que tinham "ocupações perigosas", trabalhando em "turnos noturnos em 13 instalações de processamento de carne".
No comunicado pode-se ler ainda que pelo menos três destes menores sofreram ferimentos enquanto se encontravam a trabalhar para esta empresa.
"Violações das leis não serão toleradas"
“As violações de trabalho infantil neste caso foram sistémicas e atingiram oito estados, e indicam claramente uma falha corporativa por parte da Packers Sanitation Services em todos os níveis”, explicou a vice-administradora principal da divisão de Salários e Horários do Departamento de Trabalho, Jessica Looman. “Estas crianças nunca deveriam ter sido empregadas nestes locais e isso só acontece quando os empregadores não assumem a responsabilidade de impedir que violações de trabalho infantil ocorram em primeiro lugar", continuou, citada no mesmo comunicado.
“O Departamento do Trabalho deixou absolutamente claro que as violações das leis de trabalho infantil não serão toleradas”, disse, por sua vez, o procurador do trabalho Seema Nanda. “Nenhuma criança deveria estar sujeita às condições encontradas nesta investigação. Os tribunais confirmaram a autoridade legítima do departamento para executar mandados de busca aprovados pelo tribunal federal e obrigaram este empregador a mudar as suas práticas de contratação para garantir a conformidade com a lei”, concluiu.
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