"No Peru, [os polícias] marcham como nazis, contra o próprio povo, violando a Convenção Americana dos Direitos Humanos", disse recentemente o presidente colombiano.
Após as afirmações, a comissão dos Negócios Estrangeiros do Congresso aprovou uma proposta de declaração para "defender a Polícia Nacional", já que "ninguém pode a pode ofender dizendo que são tropas nazis", segundo disse no parlamento a deputada conservadora e presidente da comissão, María del Carmen Alva.
O parlamento expressou repúdio pelas expressões utilizadas por Petro, considerando que estas constituem uma ofensa à PNP, ao Estado peruano e a "todo o povo judeu", ao "banalizar o Holocausto".
Por isso, a responsável declarou Gustavo Petro 'persona non grata' e pediu aos ministérios do Interior e dos Negócios Estrangeiros para que tomem "as diligências necessárias" para garantir que o líder colombiano "não entre em território nacional".
Em janeiro, o Governo peruano já tinha demonstrado desagrado com "um novo ato de ingerência" de Petro na política interna, depois de o líder colombiano se ter pronunciado sobre a ação de despejo de manifestantes de uma universidade em Lima.
O Parlamento peruano aprovou, no final do ano passado, uma moção a rejeitar "as constantes ingerências nos assuntos internos" de Petro e do homólogo mexicano, Andrés Manuel López Obrador.
Da mesma forma, o governo de Dina Boluarte demonstrou, em dezembro, "profundo desconforto" com as declarações de Petro de apoio ao ex-presidente Pedro Castillo, considerando-as uma interferência inaceitável nos assuntos internos do país.
Os protestos no Peru eclodiram depois da destituição e detenção, em 07 de dezembro, do então Presidente Pedro Castillo, acusado de ter tentado um "golpe de Estado" ao pretender dissolver o parlamento que se preparava para o destituir.
A vice-Presidente, Dina Boluarte, substituiu-o, com o objetivo de acabar o mandato presidencial, que se estendia até 2026, embora o Congresso do Peru já tenha antecipado as eleições para abril de 2024.
A partir de então, iniciou-se uma onda de protestos, principalmente em Lima e no sul do país, que exige a renúncia de Boluarte, o encerramento do Congresso, a antecipação das eleições e convocação de uma assembleia constituinte.
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