A decisão surge três dias após a designação de Samura Kamara como candidato do Congresso de Todo o Povo (APC, na siga em inglês) às presidenciais.
Caso seja condenado, Kamara fica impossibilitado de concorrer.
Samura Kamara, ministro das Finanças e depois dos Negócios Estrangeiros do Presidente Ernest Bai Koroma (2007-2018), foi derrotado pelo atual chefe de Estado, Julius Maada Bio, na segunda volta das eleições presidenciais de 2018.
Kamara é considerado o principal concorrente de Bio, que já declarou que vai concorrer a um segundo mandato.
Após a sua eleição, Bio lançou uma vigorosa campanha contra a corrupção, considerada endémica neste país pobre, e o esbanjamento de bens públicos.
Vários altos funcionários da administração Koroma foram implicados, com o APC, antigo partido no poder, a alegar ter-se tratado de uma "caça às bruxas".
Em dezembro de 2021, Samura Kamara foi acusado do alegado desvio de mais de 2,5 milhões de dólares (cerca de 2,3 milhões de euros) de fundos públicos no projeto de renovação do consulado em Nova Iorque durante o mandato como chefe da diplomacia.
Os seus advogados apresentaram um pedido de anulação da acusação que, se fosse aceite, encerraria o processo.
O Supremo Tribunal, encarregado de casos criminais, rejeitou hoje o pedido e requereu à defesa que prepare a sua argumentação para um julgamento.
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