"Guerra paneuropeia". Orbán reitera críticas ao envolvimento da Europa
O primeiro ministro da Hungria, Viktor Orbán, considerou hoje que foi um erro transformar a invasão russa da Ucrânia numa "guerra paneuropeia".
© Grzegorz Galazka/Mondadori Portfolio via Getty Images
Mundo Guerra na Ucrânia
"Cometemos o erro de transformar um conflito regional numa guerra paneuropeia", disse o chefe do Governo húngaro na habitual transmissão semanal através da rádio pública Kossuth.
O Executivo de Budapeste mantém a mesma posição desde que a Rússia iniciou, no ano passado, uma nova invasão da Ucrânia, rejeitando o envio de armas letais húngaras para Kiev, porque considera que esse tipo de abastecimento significa um envolvimento na guerra.
Orbán disse hoje que, tendo em conta o envio de armamento ocidental para a Ucrânia, "é possível que em pouco tempo" se comece a falar de mandar para o país "forças de manutenção de paz".
O primeiro-ministro húngaro reiterou que nenhuma das partes pode vencer a guerra, porque a Ucrânia é apoiada pelo Ocidente enquanto a Rússia é uma potência nuclear.
De todos os dirigentes da União Europeia, Órban é o mais próximo de Moscovo e já criticou várias vezes as sanções do bloco europeu contra a Rússia.
Sobre o processo de adesão da Finlândia e da Suécia na Aliança Atlântica, o ultranacionalista húngaro anunciou que vários deputados do partido que lidera (Fidesz) pediram o envio de uma delegação aos países nórdicos antes do Parlamento ratificar a proposta.
O partido tem uma maioria de dois terços no Parlamento de Budapeste.
O primeiro-ministro não especificou datas e contactos da eventual deslocação da delegação do Fidesz à Suécia e à Finlândia mas acrescentou que os dois países têm "difundido mentiras" sobre a democracia e o Estado de Direito na Hungria.
Bruxelas reteve os 22 milhões de euros de fundos de coesão destinados à Hungria até que Budapeste venha a garantir que os programas que pretende implementar respeitem a Carta europeia de Direitos Fundamentais em matéria de independência judicial, leis educativas, liberdade académica e o direito ao asilo.
A Finlândia e a Suécia solicitaram a entrada na NATO após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 e até ao momento 28 dos 30 membros da Aliança Atlântica ratificaram o pedido de adesão.
Por motivos diferentes, a Hungria e a Turquia têm levantado obstáculos à entrada dos dois países nórdicos na NATO.
De acordo com fontes governamentais húngaras, o assunto pode vir a ser abordado a nível parlamentar no início do próximo mês de março em Budapeste.
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