Embaixador russo interrompe minuto de silêncio na ONU

O confronto entre a Rússia e a Ucrânia, transferido também para a Organização das Nações Unidas (ONU), chegou hoje aos minutos de silêncio, com Moscovo a protestar pelos termos do gesto pedido pela diplomacia ucraniana.

Notícia

© Lusa

Lusa
24/02/2023 17:31 ‧ 24/02/2023 por Lusa

Mundo

Ucrânia/1 ano

Na sessão de hoje do Conselho de Segurança da ONU para assinalar um ano de guerra da Rússia na Ucrânia, o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, convidado para a reunião, pediu a todos os presentes que se levantassem e fizessem um minuto de silêncio "em memória das vítimas desta agressão".

O corpo diplomático presente no salão - incluindo muitos ministros das Relações Exteriores de vários países - levantaram-se quase de imediato, mas o embaixador russo, Vasily Nebenzya, que não se levantou, começou a bater na mesa numa tentativa de chamar a atenção da presidência do Conselho - pertencente a Malta - , para também ele exigir o direito à palavra.

"Peço um minuto de silêncio, mas por todas as vítimas e todas as vidas, pelos caídos desde 2014 [quando a Rússia lançou uma intervenção nas províncias orientais da Ucrânia]", disse Nebenzya.

Os delegados, entre os quais vários ministros, hesitaram naquele momento e decidiram sentar-se.

O próprio secretário-geral, António Guterres, que primeiro se levantara, também se sentou, mas pareceu hesitar, tal como os outros.

Após vários gestos com a mão de Nebenzya, finalmente Guterres levantou-se novamente e, atrás dele, todos o corpo diplomático se levantou num minuto de silêncio.

Veja o momento, partilhado nas redes sociais, abaixo.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, há exatamente um ano, 8.006 civis mortos e 13.287 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: ONU pede justiça para vítimas da guerra na Ucrânia

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas