Israelita morto a tiro após novo ataque na Cisjordânia ocupada
Um israelita morreu hoje num tiroteio junto a um colonato judaico na Cisjordânia ocupada, na sequência da escalada de violência na região após um ataque que matou dois colonos israelitas e levou a represálias em que um palestiniano morreu.
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Mundo Cisjordânia
O tiroteio ocorreu hoje à tarde, num cruzamento perto do assentamento judaico de Beit Arava, na área da cidade palestiniana de Jericó, especificaram o Exército e os serviços médicos israelitas.
O homem, de 27 anos, ficou gravemente ferido e foi levado para o hospital em estado crítico, enquanto as equipas médicas tentavam a sua reanimação, referiram os serviços médicos de emergência israelitas Magen David Adom (MDA) e United Hatzalah. No entanto, a vítima não sobreviveu.
Segundo o Exército israelita, os autores do ataque seriam várias pessoas que dispararam de um veículo e em seguida fugiram do local.
Após o ataque, os militares bloquearam estradas para capturar os agressores e aumentaram a vigilância nos postos de controlo da área, segundo órgãos de comunicação locais, que referem o corte das entradas de Jericó e incursões num campo de refugiados na cidade.
Desde domingo que se regista um novo pico de violência no contexto do conflito israelo-palestiniano, depois de um homem armado ter matado dois colonos israelitas na cidade palestiniana de Huwara, perto da cidade de Nablus, no norte da Cisjordânia.
Depois disso, grupos de colonos pediram vingança e cerca de 400 pessoas atacaram a cidade, onde queimaram casas, carros e forçaram a evacuação de famílias palestinianas.
Segundo os 'media' e analistas, foi o maior ataque de colonos em décadas e resultou ainda na morte de um palestiniano e mais de 300 feridos, enquanto os ataques se espalharam para outras cidades palestinianas no norte da Cisjordânia.
As respostas dos habitantes dos colonatos israelitas na Cisjordânia ao atentado palestiniano revelaram, contudo, as primeiras brechas na coligação governamental de Telavive, com o primeiro-ministro Benjamim Netanyahu, a pedir calma, enquanto representantes dos partidos ultraortodoxos da extrema-direita elogiaram a forma como colonos reagiram.
A violência de domingo também atraiu a condenação da comunidade internacional, com o porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Ned Price, a referir que o atentado com tiros e as represálias "ressaltam o imperativo de reduzir imediatamente as tensões, passando das palavras à ação".
O Presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, responsabilizou o Governo israelita pelo que considerou serem "atos terroristas realizados por colonos sob a proteção das forças de ocupação".
A violência eclodiu logo depois de o Governo jordano ter acolhido, na estância balnear de Aqaba, no Mar Vermelho, uma ronda de negociações entre israelitas e palestinianos, sob mediação dos Estados Unidos, com o objetivo de diminuir as tensões antes do mês sagrado muçulmano do Ramadão.
A escalada de violência tem-se repercutido em ataques quer de colonos, quer de palestinianos, além de intensas incursões, muitas vezes com confrontos armados, que o Exército israelita realiza regularmente há um ano na Cisjordânia, especialmente no norte, na área de Nablus e Jenin.
Até agora, só este ano, o conflito já resultou em 63 palestinianos mortos na Cisjordânia, o início de ano mais mortífero na região desde 2000.
Por sua vez, com a morte de hoje, 14 pessoas morreram do lado israelita, a maioria destas vítimas de ataques em Jerusalém Oriental ocupada.
Os palestinianos reivindicam a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza -- áreas capturadas por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967 -- para um futuro Estado.
Cerca de 700.000 colonos israelitas vivem na Cisjordânia e no leste de Jerusalém. A grande maioria da comunidade internacional considera os colonatos de Israel como "ilegais", que criam "obstáculos à paz".
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