O ministro dos Transportes grego, Kostas Karamanlis, demitiu-se, esta quarta-feira, na sequência do acidente que vitimou 36 pessoas e será o pior acidente ferroviário da Grécia.
"Era o mínimo que poderia fazer para honrar a memória das vítimas", afirmou o governante num comunicado citado pelos meios de comunicação social locais.
Karamanlis acrescentou ainda que assumia as responsabilidades pelos "fracassos de longa data" do Estado.
O chefe da estação de comboios de Larissa, um homem de 59 anos, foi detido, horas depois da colisão, avançou a AFP.
Recorde-se que o primeiro-ministro grego está a viajar para o local do acidente, tendo que a Presidente do país, Katerina Sakelaropulu, prometido que também irá visitar a região em breve, segundo avançou a imprensa local.
Os comboios colidiram pouco antes da meia-noite local (22:00 em Lisboa) perto de Tempe, uma pequena cidade localizada num vale onde existe um túnel ferroviário, a cerca de 300 quilómetros a norte de Atenas. O choque provocou o descarrilamento de várias carruagens e pelo menos três incendiaram-se
Cerca de 150 bombeiros, com 17 viaturas e quatro gruas estão, esta quarta-feira de manhã, a trabalhar na busca de sobreviventes.
De acordo com os bombeiros, pelo menos 66 pessoas tiveram de ser hospitalizadas, seis das quais nos cuidados intensivos.
Os passageiros que sofreram ferimentos ligeiros ou que saíram ilesos foram transportados de autocarro para Tessalónica, a 130 quilómetros ao norte do país.
O governador regional da área da Tessália, Costas Agorastos, disse à televisão grega Skai que os dois comboios colidiram frontalmente e em alta velocidade.
A companhia ferroviária Hellenic Train informou que o comboio de passageiros, que ligava Atenas à cidade de Tessalónica, no norte do país, transportava cerca de 350 pessoas no momento da colisão.
Segundo declarações do presidente da câmara de Tempe, Yorgos Manolis, à emissora pública ERT, muitos estudantes encontravam-se a bordo do comboio, após um fim de semana prolongado.
Ao que tudo indica, os comboios - um de passageiros e outro de carga -, ambos operados pela empresa Hellenic Train, viajavam na mesma via em alta velocidade no momento do acidente, o que, em principio, aponta para falha humana como causa do acidente.
O Ministério Público abriu inquérito para esclarecer as causas exatas que levaram à tragédia. A tragédia levou o parlamento grego a suspender as sessões agendadas para esta quarta-feira e a União Europeia já reagiu.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, afirmou, esta quarta-feira, que "toda a Europa está de luto" pelo acidente, enquanto a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, manifestou a sua "profunda tristeza".
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