"Gostaria, antes de mais nada, de pedir desculpa às famílias das pessoas que perderam a vida e aproveito para fazer uma autocrítica completa do sistema político e do Estado", declarou Gerapetritis, ao apontar falhas graves na rede de comboios grega, admitindo "deficiências crónicas" no sector ferroviário público.
Declarações no mesmo sentido foram feitas também hoje pelo porta-voz do Governo grego, Iannis Oikonomou, numa conferência de imprensa em Atenas.
"Os atrasos [na modernização dos caminhos de ferros na Grécia] têm origem nas patologias crónicas do setor público grego, após décadas de fragilidades", sublinhou Oikonomou, sublinhando que o chefe da estação de Larissa, a localidade mais próxima do acidente, no centro da Grécia, já confessou o erro, depois de detido também quarta-feira, tendo sido acusado de "homicídio por negligência".
"A negligência e o erro foram admitidos pelo próprio chefe da estação", acrescentou.
Minutos depois, o advogado de defesa do chefe da estação confirmou que o acusado já "reconheceu o erro".
A polémica tem subido de tom no país desde quarta-feira, pondo-se em causa o estado da rede ferroviária, que muitos consideram estar negligenciada.
O presidente do sindicato dos maquinistas, Kostas Genidounias, denunciou a falta de segurança nesta linha que liga Atenas e Salónica, as duas principais cidades da Grécia.
Quarta-feira, já o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, tinha admitido que a colisão de dois comboios ocorreu devido a "um trágico erro humano".
"Tudo indica que o drama se deveu, infelizmente, a um trágico erro humano", explicou Mitsotakis, já depois de o ministro dos Transportes grego, Kostas Karamanlis, ter anunciado a demissão após o acidente entre um comboio de passageiros e um de mercadorias, que colidiram frontalmente na mesma linha.
O chefe da estação de Larissa, a localidade mais próxima do acidente, no centro da Grécia, foi detido também quarta-feira e foi acusado por "homicídio por negligência" e por ter sido a causa de "lesões corporais".
Mitsotakis disse que a maioria das vítimas é "jovem", já que muitos estudantes regressavam a Salónica após um fim de semana prolongado, na segunda-feira, dia feriado na Grécia.
"Devemos a essas vítimas uma resposta honesta", acrescentou o chefe de Governo numa breve intervenção televisiva.
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