Pedro Sánchez quer Finlândia e Suécia na NATO até julho

O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, afirmou hoje esperar que Finlândia e Suécia integrem a NATO até julho e assegurou não ter a intenção de vir a liderar esta organização.

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Lusa
03/03/2023 14:35 ‧ 03/03/2023 por Lusa

Mundo

Helsínquia

"Antes de mais, vejo-me, espero, se querem os espanhóis, durante muito tempo, como presidente do Governo. Vamos ter eleições em dezembro e, desde logo, esse é o meu futuro e o meu compromisso com os espanhóis e as espanholas", afirmou, depois de ter sido questionado sobre rumores que dizem que Pedro Sánchez pode ser o novo secretário-geral da NATO, a organização de defesa de países europeus e norte-americanos.

O atual secretário-geral da NATO, o norueguês Jens Stoltenberg, já anunciou que pretende deixar o cargo em outubro deste ano, depois de ter prolongado o mandato inicial por causa da guerra na Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro de 2022, com um ataque da Rússia.

Sánchez falava hoje em Helsínquia, numa conferência de imprensa ao lado da primeira-ministra da Finlândia, Sanna Marin, no final de um encontro bilateral para preparar a presidência espanhola da União Europeia, no segundo semestre do ano.

A Finlândia, juntamente com a Suécia, pediu para aderir à NATO no ano passado, mas o processo não está ainda concluído, por obstáculos colocados, essencialmente, pela Turquia.

Sánchez e Marin disseram esperar que a adesão da Finlândia à NATO se concretize "em breve", com o primeiro-ministro espanhol a apelar que tudo esteja concluído antes da cimeira da organização prevista para julho na Lituânia.

Finlândia e Suécia assinaram um "muito bom acordo" com a Turquia na cimeira da NATO de Madrid de junho passado, com o objetivo de entrarem na organização, realçou Sánchez.

"Espero que a Turquia cumpra com o seu compromisso", acrescentou, dizendo que Finlândia e Suécia são "duas importantes democracias" que tornarão a NATO o "espaço muito mais forte" que é atualmente necessário para "dissuadir a ameaça real" da Rússia.

Pedro Sánchez insistiu na "ideia de defesa", de cidadãos e da democracia, "da gravíssima ameaça" que é a Rússia e acrescentou que "a NATO não é contra ninguém".

Tanto Sánchez como Marin defenderam a continuidade do apoio à Ucrânia, no seio europeu e da NATO.

O primeiro-ministro espanhol prometeu manter-se ao lado da Ucrânia "até o último soldado russo abandonar o país" e "no caminho até integrar a União Europeia".

No imediato, sublinhou ser necessário "acelerar a chegada de capacidades militares" à Ucrânia e disse esperar que o próximo Conselho Europeu, no final deste mês, formalize a decisão de compra conjunta de munições para fornecer a Kiev.

A unidade europeia e dos aliados da NATO "tem de ficar clara" perante o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou.

Sánchez terminou hoje em Helsínquia mais uma ronda por três capitais europeias para preparar a presidência do Conselho da União Europeia, no segundo semestre do ano, durante a qual quer dar protagonismo ao debate da "autonomia estratégica" da Europa.

Sánchez pretende passar por cerca de 15 capitais europeias até julho, antes de Espanha assumir a presidência do Conselho da União Europeia (UE), e esteve esta semana na Irlanda, Dinamarca e Finlândia, depois de em 17 e 18 de fevereiro ter passado pela Áustria, Eslovénia e Croácia.

O objetivo destas deslocações de Sánchez é apresentar aos homólogos as prioridades da presidência espanhola do Conselho da UE e ouvir aquilo que defendem os outros Governos sobre alguns dossiês da agenda europeia, como as negociações para um pacto de migração e asilo ou o fortalecimento da "autonomia estratégica" da União.

Em relação a este último tema, Espanha tem como objetivo dar um impulso ao debate, relacionado com a diminuição da dependência energética ou a reindustrialização, por exemplo, e esse será um dos assuntos centrais de uma cimeira dos líderes dos 27 que terá lugar na cidade de Granada, em 06 de outubro.

Espanha sucede à Suécia na presidência semestral do Conselho da UE.

Leia Também: Sánchez prepara presidência da UE e visita Irlanda, Dinamarca e Finlândia

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