Lukashenko disse que um Beriev A-50, estacionado na Base Aérea de Machulishchy, perto de Minsk, foi atacado em 26 de fevereiro, naquele que foi o primeiro reconhecimento oficial de um incidente que ativistas da oposição bielorrussa relataram pela primeira vez na semana passada.
Um grupo de guerrilheiros bielorrussos da Associação de Forças de Segurança assumiu a responsabilidade pelo ataque na semana passada, dizendo que a organização, também conhecida como BYPOL, usou dois 'drones' (aeronaves não tripuladas) armados para danificar o avião de guerra russo.
Lukashenko afirmou que as autoridades bielorrussas detiveram os suspeitos e que o líder do grupo teria ligações aos serviços de segurança ucranianos.
O chefe de Estado bielorrusso precisou que o principal suspeito era um especialista em Tecnologias da Informação, com passaportes russo e ucraniano, que nasceu na cidade ucraniana de Kryvyi Rih e morava na Crimeia.
Hoje, o líder do BYPOL, Aliaksander Azarau, rejeitou o relato de Lukashenko sobre o ataque.
"Não estamos familiarizados com a pessoa de quem Lukashenko fala", limitou-se a dizer Aliaksander Azarau.
O Presidente bielorrusso acusou hoje o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, os Serviços de Segurança da Ucrânia e a agência norte-americana CIA de planear o ataque ao avião, apesar dos desmentidos de Kiev.
O conselheiro presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak descreveu o ataque como "um ato antiterrorista realizado por guerrilheiros locais", rejeitando qualquer interferência de Kiev.
Também o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Oleg Nikolenko, negou o envolvimento de Kiev, classificando as alegações de Lukashenko como uma "outra tentativa de criar uma ameaça artificial da Ucrânia, para justificar o seu apoio à agressão russa".
Lukashenko disse que a aeronave russa "não sofreu nenhum dano significativo, além de alguns arranhões e de um buraco na estrutura", assegurando que o aparelho continua operacional.
A Rússia tem usado território bielorrusso para colocar as suas tropas na Ucrânia, desde o início da invasão, há um ano.
Embora elogiando a importância da cooperação na área de Defesa do seu país com a Rússia, e expressando apoio à ação do Kremlin na Ucrânia, Lukashenko já assegurou que apenas enviará tropas para a Ucrânia se a Bielorrússia for atacada.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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