"É o reconhecimento da profunda admiração e grande respeito e sincera amizade do povo de Cabo Verde com o povo do Luxemburgo. É o reconhecimento e distinção da excelência das nossas relações", afirmou Ulisses Correia e Silva, após atribuir ao Governo do Luxemburgo, em cerimónia que decorreu na Praia, a Medalha de Mérito Altruístico do arquipélago pelos 30 anos de cooperação e apoio do país europeu ao desenvolvimento de Cabo Verde.
"Comemoramos 30 anos de relações exemplares de cooperação, partilhamos valores da democracia, da liberdade, da tolerância, da abertura ao mundo e da justiça social", recordou, depois de entregar a distinção ao ministro da Cooperação e Ação Humanitária do Luxemburgo, Franz Fayot, que se encontra em visita oficial à Praia.
Ulisses Correia e Silva manifestou a vontade de continuar a ter o apoio do Luxemburgo em áreas como o desenvolvimento económico, o combate à pobreza, segurança, resiliência ou transição energética, como tem acontecido nos últimos anos, com sucessivos Programas Indicativos de Cooperação (PIC) desenvolvidos pelo país europeu.
"Destas vertentes todas é que queremos continuar a contar com o Luxemburgo, com a sua cooperação, com a sua boa parceria para o apoio ao desenvolvimento de Cabo Verde, mas também dando a nossa contribuição para estas relações, que são muito fortes, são únicas e são exemplares", destacou Ulisses Correia e Silva, na cerimónia.
"O Luxemburgo acolhe já há muito tempo uma importante diáspora cabo-verdiana, comunidade cabo-verdiana descendente de cabo-verdianos, luxemburgueses descendentes de cabo-verdianos. Esta nossa diáspora está bem integrada na vida política, na vida económica, na vida social e na vida cultural", acrescentou, recordando ainda a participação de dois descendentes de cabo-verdianos na seleção de futebol luxemburguesa.
Para o ministro Franz Fayot trata-se de uma "história de amizade, de irmandade entre duas nações, entre dois povos", que começou nos anos de 1980, com a emigração de cabo-verdianos - inicialmente sobretudo da ilha de Santo Antão - para o Luxemburgo, avançando em 1993 o primeiro programa de cooperação envolvendo os dois governos.
"É uma história comum que nos liga pela diáspora cabo-verdiana, que está no Luxemburgo, cerca de 2.500 pessoas, provavelmente muito mais, que fazem parte integrante da comunidade luxemburguesa, que participa no nosso desenvolvimento económico, social, cultural e talvez sobretudo desportivo", acrescentou Franz Fayot.
O Luxemburgo tornou-se nos últimos anos num dos maiores doadores de Cabo Verde, tendo aprovado o V PIC (2021-2025) em 2020, envolvendo apoio em vários setores prioritários para o arquipélago, incluindo formação e emprego, com um financiamento total de 78 milhões de euros, mais 20 milhões de euros face ao anterior.
O ministro da Cooperação e Ação Humanitária luxemburguês, que participou hoje na XXII Reunião da Comissão de Parceria Cabo Verde -- Luxemburgo, sublinhou que o que foi possível fazer em 30 anos com o arquipélago resultou da "convergência de espírito" e dos "valores comuns" dos dois países.
Enalteceu igualmente o "trabalho construtivo e comum, de igual para igual, entre dois pequenos países que sabem que o são" ao longo destas três décadas.
"É mesmo uma linda história de amizade", assumiu Franz Fayot, após receber a medalha.
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