Identidade de género? "Anomalias" e "tirania das minorias", diz Rússia
A presidente do Senado russo descreveu a identidade de género como "uma anomalia", que não pode "determinar o caminho do desenvolvimento da humanidade".
© Andrey Rudakov/Bloomberg via Getty Images
A presidente do Conselho da Federação (Senado) da Rússia, Valentina Matviyenko, sublinhou, esta quarta-feira, que os “homens e mulheres são a espinha dorsal” da comunidade e que, apesar de existirem pessoas com o que diz serem “anomalias de género”, a “tirania das minorias” não pode acontecer.
“Homens e mulheres são a espinha dorsal biológica, social e cultural das comunidades”, afirmou a aliada do presidente russo, Vladimir Putin, numa publicação no site do Senado russo para assinalar o Dia Internacional da Mulher, uma das datas mais celebradas na Rússia.
Na publicação, intitulada ‘O Nosso Feriado’, Matviyenko começou por sublinhar que a data foi comemorada pela primeira vez há 110 anos em São Petersburgo e que “mudanças enormes e radicais aconteceram desde então”.
“É um facto indiscutível: no mundo moderno não há esfera - seja política, empresarial, científica, cultural e até militar - onde nós, mulheres, não desempenhemos um papel ativo e importante”, afirmou a política.
No entanto, considera existirem “ainda problemas”, entre os quais a “discriminação de género” nas diferenças salariais e na progressão de carreira e a “violência doméstica”, “fenómenos que não foram completamente eliminados, mesmo em países onde as conquistas no campo da igualdade de género são realmente grandes”.
Além disso, frisou Matviyenko, há uma “tentativa de estabelecer a chamada nova ordem de género no planeta, baseada no conceito de neutralidade de género”. “É proclamado que não há motivos para dividir a humanidade em homens e mulheres apenas pelo género”, disse.
Na publicação, a presidente do Senado russo descreveu a identidade de género como “uma anomalia”, que não pode “determinar o caminho do desenvolvimento da humanidade” e a “ordem da sociedade”, porque é “apenas uma anomalia”.
Reconhecendo ser “bastante aceitável” para a sociedade “levar em conta as necessidades das minorias”, Matviyenko sublinhou que “a tirania das minorias sobre a maioria, a imposição das suas preferências, não é melhor do que a tirania da maioria contra as minorias”.
“As consequências para as pessoas são ainda piores. Quero dizer, antes de tudo, uma consequência mortal para a humanidade como a destruição da família. Sem ela não há e não pode haver uma civilização humanística que ponha em primeiro plano o bem-estar do homem”, frisou.
Na ótica da política russa, não se pode “confundir géneros” porque “homens e mulheres são a espinha dorsal das comunidades biológicas, sociais e culturais”.
“Portanto, não há jogos de género no nosso país e nunca haverá. Nem em jardins de infância, nem em escolas, nem na educação, nem na política, nem na legislação. Deixemos que o Ocidente conduza esta perigosa experiência consigo mesmo”, asseverou.
Matviyenko terminou a nota parabenizando todas as mulheres russas, em especial “as mães, mulheres, irmãs e namoradas” de todos os soldados e oficiais russos que “defendem a Pátria durante uma operação militar especial”. “Vocês têm o direito de se orgulhar deles, pois lutam por uma justa causa”, escreveu.
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