Ataques russos? "O nosso Estado e povo ainda não estão acorrentados"

Os "ataques massivos" russos desta quinta-feira na Ucrânia levaram a falhas de energia, aquecimento e água em algumas regiões, sublinhou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que insistiu na importância da ajuda internacional para a defesa aérea.

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© Reprodução/ Presidência da Ucrânia

Lusa
09/03/2023 22:22 ‧ 09/03/2023 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"As equipas de reparações, engenheiros de energia, autoridades locais, autoridades centrais - todos trabalharão o tempo que for necessário para restaurar o fornecimento de energia para cidades e regiões onde há problemas agora. Agradeço a todos que trabalham para isso", realçou Zelensky, no seu habitual discurso noturno diário divulgado nas redes sociais.

O chefe de Estado ucraniano adiantou que as situações mais difíceis ocorreram em Kharkiv, na região de Zhytomyr, em Odessa, na região de Dnipropetrovsk, em Kyiv e em Zaporizhzhia.

Nestas regiões, os ataques russos resultaram em cortes temporários de energia, aquecimento e água, sublinhou.

"Já mostramos do que a Ucrânia é capaz. E não importa quantas coisas más a Rússia faça, o nosso Estado e povo ainda não estão acorrentados. Nem mísseis nem atrocidades russas ajudarão nisso", garantiu.

Zelensky agradeceu ainda "a todos no mundo que percebem como é importante dar proteção total ao céu ucraniano", apontando que este é o caminho para "garantir a vida normal das pessoas".

A Rússia admitiu esta quinta-feira ter realizado "ataques massivos" na Ucrânia em retaliação contra uma incursão recente no seu território pela qual responsabiliza "os sabotadores" de Kyiv.

"Em resposta aos atos terroristas do regime de Kyiv na região [russa] de Britansk, em 02 de março, as Forças Armadas da Federação Russa lideraram ataques massivos de represálias", afirmou o Ministério da Defesa da Rússia em comunicado.

De acordo com o ministério, os ataques foram realizados sobretudo com mísseis supersónicos "Kinjal" ("Punhal", em russo).

Estes mísseis foram usados pelo Exército russo pela primeira vez no ano passado e caracterizam-se por serem muito manobráveis e conseguirem desafiar os sistemas de defesa antiaérea, segundo Moscovo. São o primeiro armamento hipersónico a ser utilizado em conflitos.

Os ataques russos, os maiores das últimas semanas, mataram pelo menos seis pessoas e cortaram a eletricidade a parte da população e à central nuclear de Zaporijia.

De acordo com o Exército ucraniano, a defesa antiaérea destruiu 34 dos 81 mísseis lançados por Moscovo e quatro 'drones' explosivos de fabrico iraniano.

A Rússia tem bombardeado regularmente, desde outubro, as principais instalações de energia da Ucrânia com mísseis e 'drones', pelo que milhões de pessoas têm vivido sem luz nem aquecimento.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa - justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com o envio de ajuda militar para Kyiv e a imposição a Moscovo de sanções políticas e económicas.

Leia Também: Zelensky denuncia "táticas miseráveis" da Rússia na invasão da Ucrânia

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