Papa Francisco disponível para se encontrar com Putin, "um homem culto"

O pontífice considerou que a guerra na Ucrânia é alimentada por "interesses imperiais, não apenas do império russo, mas de impérios de outros lugares".

Notícia

© Stefano Costantino/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Márcia Guímaro Rodrigues
10/03/2023 08:27 ‧ 10/03/2023 por Márcia Guímaro Rodrigues

Mundo

Guerra na Ucrânia

O Papa Francisco manifestou-se novamente disponível para falar com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, para colocar fim à guerra na Ucrânia. Em entrevista à estação suíça RSI, citado pela imprensa italiana, o pontífice considerou ainda que a guerra na Ucrânia é alimentada por “interesses imperiais, não apenas do império russo, mas de impérios de outros lugares”.

“Em pouco mais de cem anos houve três guerras mundiais: 1914 - 1918, 1939 - 1945 e esta, que é uma guerra mundial. Começou aos poucos e agora ninguém pode dizer que não é global”, afirmou, citado pelo jornal italiano Corriere della Sera.

“As grandes potências estão todas emaranhadas. O campo de batalha é na Ucrânia, mas lá todos lutam”, disse ainda.

Sobre um possível encontro com Putin, o Papa - que já manifestou interesse em ir à Rússia e à Ucrânia tentar mediar o conflito - disse que “claramente falaria” com o chefe de Estado russo, que descreveu como “um homem culto”.

“No segundo dia da guerra, estive na embaixada russa da Santa Sé para dizer que estava disposto a ir a Moscovo com a condições de que Putin me deixasse uma janela para negociar”, referiu.

No entanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, “agradeceu, mas afirmou que não era o momento”. “Putin sabe que estou disponível. Mas há interesses imperiais lá, não apenas do império russo, mas de outros impérios”, acrescentou.

O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.

A ONU confirmou que mais de oito mil civis morreram e cerca de 13 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combate. 

Leia Também: Ucrânia. "Portugal está a desempenhar um papel incrível na NATO"

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas