Wagner em dificuldades devido a "zona de matança" ucraniana em Bakhmut

O Reino Unido dá conta de posições bem definidas entre forças invasoras e invadidas, mas os ataques ucranianos a pontes cruciais estão a limitar o progresso da milícia russa.

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Hélio Carvalho
11/03/2023 08:33 ‧ 11/03/2023 por Hélio Carvalho

Mundo

Ucrânia/Rússia

Perante as recentes notícias sobre o reforço de forças ucranianas em Bakhmut, com vista a manter a cidade, o Ministério da Defesa do Reino Unido alertou este sábado que os ucranianos conseguiram criar uma "zona de matança" na cidade e que tem travado mais avanços por parte do grupo Wagner.

No mais recente relatório dos serviços secretos britânicos, divulgado através do Twitter, Londres explica que "ao longo dos últimos quatro dias, as forças do grupo Wagner tomaram o controlo da maioria da zona este da vila de Bakhmut", com a linha da frente a ser dividida no centro da localidade, no rio Bakhmutka.

No  entanto, os ucranianos, que mantêm o controlo na zona oeste da cidade, "demoliram pontes importantes sobre o rio, que passa do norte para o sul, ao longo de uma faixa de campo aberto com 200 a 800 metros de largura".

"Com os ucranianos a conseguirem abrir fogo a partir de edifícios fortificados a oeste, esta área tornou-se numa zona de matança, provavelmente tornando-se mais difícil para as forças Wagner conseguiram continuar com os seus ataques em frente", afirmam os britânicos.

Ainda assim, as forças de Kyiv e "as suas linhas de fornecimento a oeste continuam vulneráveis às tentativas continuadas dos russos de os cercar a partir do norte e do sul".

Nos últimos dias, as autoridades e o governo ucranianos afirmaram que, após ter estado em cima da mesa uma saída estratégica de Bakhmut, o plano será agora continuar a segurar as forças na localidade, dado o número de recursos, de homens e de armamento que esta batalha tem obrigado os russos a perder.

Bakhmut tornou-se no centro das atenções na linha da frente e o grupo Wagner, até há poucos meses uma entidade algo clandestina e obscura, relevou-se finalmente a público para contestar posições do exército russo e assumir o controlo sobre a situação no terreno em Bakhmut.

O grupo Wagner é uma milícia paramilitar russa, fundada e liderada pelo oligarca Yevgeny Prigozhin. Prigozhin é um dos oligarcas mais próximos de Vladimir Putin e, ao longo da guerra, várias agências têm apontado para a influência do empresário na máquina de guerra russa e no Kremlin.

O conflito na Ucrânia já fez mais de 8.100 mortos e 13.000 feridos civis, segundo os dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. No entanto, a entidade adverte que o real número de mortos poderá ser muito superior, devido às dificuldades em contabilizar os mortos em zonas sitiadas ou ocupadas pelos russos, como em Mariupol, por exemplo, onde se estima que tenham morrido milhares de pessoas.

Leia Também: Forças ucranianas reforçam posições na parte oeste de Bakhmut

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