Tem 38 anos e 10 filhos. Quem é Lvova-Belova, alvo de um mandado do TPI?

Maria Lvova-Belova foi alvo de um mandado de captura por parte do Tribunal Penal Internacional, tal como Vladimir Putin. Os dois são suspeitos de crimes de guerra.

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© MIKHAIL KLIMENTYEV/SPUTNIK/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto com Lusa
17/03/2023 21:33 ‧ 17/03/2023 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

Não foi apenas o presidente da Rússia, Vladimir Putin, a ficar sob o holofotes esta sexta-feira, também Maria Lvova-Belova chamou à atenção, depois de o Tribunal Penal Internacional emitir um mandado de captura contra ambos. Mas o que se sabe sobre a comissária para os Direitos da Criança no gabinete do presidente da Federação Russa?

Maria Lvova-Belova nasceu a 25 de outubro de 1984 em Penza, tal como revela o site da Presidência russa. 

Antes de se tornar na comissária de Putin para os direitos das crianças, cargo que ocupada desde 2021, Maria Lvova-Belova deu aulas de guitarra a crianças na sua cidade natal. 

A partir de 2011, Maria Lvova-Belova começou a traçar o seu caminho profissional na política, tornando-se membro da câmara da região de Penza. Mais tarde, em 2020, tornou-se senadora por Penza, sendo membro do partido de Vladimir Putin, o Rússia Unida.

Aos 38 anos, é casada e tem 10 filhos, segundo a mesma nota biográfica. Algumas destas crianças serão biológicas e outras adotadas. Anteriormente, a responsável russa contou, inclusive, que tinha adotado um rapaz da cidade ucraniana de Mariupol.

Sublinhe-se que o TPI refere que a comissária russa colaborou na deportação forçada de crianças. Desde o início da guerra, a responsável visitou várias vezes os territórios ucranianos ilegalmente ocupados e hoje considerou que o mandando de captura internacional do qual é alvo "é ótimo", validando o seu trabalho em "ajudar as crianças" da Rússia. 

É de realçar que um relatório sobre o Programa Sistemático da Rússia para a Reeducação e Adoção de Crianças da Ucrânia, lançado, em fevereiro, pelo Laboratório de Pesquisa Humanitária da Escola de Saúde Pública de Yale (HRL), estima em mais de seis mil os menores ucranianos colocados em 43 campos de reeducação ou orfanatos russos após a invasão da Ucrânia pela Rússia a 24 de fevereiro de 2022. O relatório admite que o número pode ser bastante maior.

A organização Human Rigths Watch (HRW) estima, num outro relatório, que milhares de crianças ucranianas que viviam em orfanatos foram transferidas à força para a Rússia ou para territórios ocupados.

A transferência de crianças ucranianas para a Rússia visa incutir-lhe uma visão pró-Moscovo, de acordo com o estudo da HRL, que afirma ter provas de que a maioria dos campos está envolvida "em esforços de reeducação pró-Rússia" e que alguns submeteram inclusive as crianças a treino militar, numa operação que terá sido coordenada centralmente por Moscovo.

Leia Também: TPI identificou "centenas de crianças" que foram deportadas para Rússia

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