"Acho uma ótima notícia a China ter ido para lá agora, é uma notícia muito boa porque é preciso que o mundo inteiro pare e comece a falar em paz", disse o chefe de Estado brasileiro numa entrevista à TV 247.
Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que pretende conversar sobre o conflito na Ucrânia com Xi Jinping, com quem se reunirá no âmbito da visita de Estado que fará à China entre 26 e 31 de março.
"A Rússia não é um país qualquer, não é insignificante. A Rússia é muito importante para garantir que a paz mundial prevaleça por muitos séculos", disse o líder progressista brasileiro.
Lula da Silva também reafirmou a posição do Brasil de "condenar a invasão da integridade territorial da Ucrânia" e observou que a Rússia não precisava fazer isso, mas fez e agora está em guerra há mais de um ano.
"É preciso falar de paz, porque os Estados Unidos e a Europa não estão falando de paz. O mundo inteiro está direta ou indiretamente envolvido nessa guerra", considerou.
Nesse contexto, o Presidente brasileiro destacou que a China é "um país extremamente importante, que pode ter uma conversa mais séria com os Estados Unidos" sobre o tema.
Xi Jinping encontra-se nestes dias em visita de Estado à Rússia, onde foi recebido pelo Presidente Vladimir Putin para discutir, entre outras coisas, o plano de paz chinês para a Ucrânia.
Lula da Silva insistiu na entrevista que "o Brasil está à disposição para fazer qualquer esforço para garantir a paz" e que disse isto pessoalmente aos presidentes dos Estados Unidos da América, Joe Biden, e da França, Emmanuel Macron, e ao chanceler alemão, Olaf Scholz, em contactos recentes.
"Primeiro você tem que parar a guerra e depois conversar para ver o que é possível acertar na relação entre os dois países, o que é suficiente para a Rússia e para a Ucrânia aceitarem. Mas você só pode falar quando a guerra acabar", ponderou Lula da Silva.
O chefe de Estado sul-americano, que recentemente propôs a criação de um grupo de países para mediar entre a Rússia e a Ucrânia, disse estar convencido de que "o Brasil pode dar uma contribuição extraordinária" para acabar com o conflito e alcançar a paz.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada em 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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