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Xi deve falar diretamente com Zelensky se quer paz duradoura, diz NATO

O secretário-geral da NATO considerou hoje que a China tem de dialogar diretamente com o Presidente da Ucrânia para, de facto, construir um acordo de paz duradouro, reconhecendo pontos positivos no plano de Pequim.

Xi deve falar diretamente com Zelensky se quer paz duradoura, diz NATO
Notícias ao Minuto

18:34 - 21/03/23 por Lusa

Mundo Guerra na Ucrânia

"A Ucrânia é que tem de decidir o que são condições aceitáveis para uma resolução pacífica" da invasão que a Federação Russa iniciou há um ano, sustentou Jens Stoltenberg, em conferência de imprensa no quartel-general da Organização do Tratados do Atlântico Norte (NATO), em Bruxelas, na Bélgica.

Questionado sobre a visita do Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, a Moscovo para uma reunião com o homólogo russo, Vladimir Putin, e a consideração por parte do Kremlin do plano de paz que Pequim apresentou, Stoltenberg considerou que primeiro a "China tem de perceber a perspetiva ucraniana e falar com o Presidente Zelensky se, de facto, está comprometida com a paz".

"É preciso lembrar que a China ainda não condenou a agressão russa", completou Stoltenberg.

No entanto, o plano apresentado por Pequim tem "elementos positivos" que o secretário-geral da NATO apoia, nomeadamente, o respeito pela integridade e soberania territoriais da Ucrânia, a "importância da segurança nuclear e a da proteção de civis".

Estas partes, acrescentou, também estão no plano apresentado há meses por Volodymyr Zelensky, mas com o qual a Rússia não concordou.

E alertou que menos do que isto só vai 'empurrar' o conflito: "Qualquer solução que não respeite a soberania da Ucrânia só vai ser uma maneira de congelar a guerra e de fazer com que a Rússia possa reconstituir-se, reagrupar-se e voltar a atacar."

Interpelado também sobre a decisão de avançar com uma reunião com as autoridades ucranianas apesar das objeções de Budapeste, Stoltenberg desvalorizou. O formato da reunião ainda não está decidido, mas Stoltenberg confirmou que está prevista a participação de Volodymyr Zelensky.

"Quero sempre que haja consenso entre os Estados-membros [da NATO], mas quando não há é sempre a minha prerrogativa fazer reuniões com quaisquer Estados que importem", afirmou.

Sobre a possibilidade de a China enviar armamento e munições para a Rússia, o secretário-geral da NATO respondeu que não há confirmações, mas "há sinais de que a Rússia fez esse pedido" e que "está a ser considerado em Pequim".

"A nossa mensagem é clara: a China não deve fazê-lo", completou.

Leia Também: Indo-Pacífico. Rússia e China criticam reforço do laços militares da NATO

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