"A Ucrânia é que tem de decidir o que são condições aceitáveis para uma resolução pacífica" da invasão que a Federação Russa iniciou há um ano, sustentou Jens Stoltenberg, em conferência de imprensa no quartel-general da Organização do Tratados do Atlântico Norte (NATO), em Bruxelas, na Bélgica.
Questionado sobre a visita do Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, a Moscovo para uma reunião com o homólogo russo, Vladimir Putin, e a consideração por parte do Kremlin do plano de paz que Pequim apresentou, Stoltenberg considerou que primeiro a "China tem de perceber a perspetiva ucraniana e falar com o Presidente Zelensky se, de facto, está comprometida com a paz".
"É preciso lembrar que a China ainda não condenou a agressão russa", completou Stoltenberg.
No entanto, o plano apresentado por Pequim tem "elementos positivos" que o secretário-geral da NATO apoia, nomeadamente, o respeito pela integridade e soberania territoriais da Ucrânia, a "importância da segurança nuclear e a da proteção de civis".
Estas partes, acrescentou, também estão no plano apresentado há meses por Volodymyr Zelensky, mas com o qual a Rússia não concordou.
E alertou que menos do que isto só vai 'empurrar' o conflito: "Qualquer solução que não respeite a soberania da Ucrânia só vai ser uma maneira de congelar a guerra e de fazer com que a Rússia possa reconstituir-se, reagrupar-se e voltar a atacar."
Interpelado também sobre a decisão de avançar com uma reunião com as autoridades ucranianas apesar das objeções de Budapeste, Stoltenberg desvalorizou. O formato da reunião ainda não está decidido, mas Stoltenberg confirmou que está prevista a participação de Volodymyr Zelensky.
"Quero sempre que haja consenso entre os Estados-membros [da NATO], mas quando não há é sempre a minha prerrogativa fazer reuniões com quaisquer Estados que importem", afirmou.
Sobre a possibilidade de a China enviar armamento e munições para a Rússia, o secretário-geral da NATO respondeu que não há confirmações, mas "há sinais de que a Rússia fez esse pedido" e que "está a ser considerado em Pequim".
"A nossa mensagem é clara: a China não deve fazê-lo", completou.
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