Autoridades de Myanmar detêm cerca de 150 rohingya que tentavam fugir

As autoridades de Myanmar (antiga Birmânia) detiveram cerca de 150 membros da minoria muçulmana rohingya suspeitos de tentarem fugir do país, disse hoje uma fonte da segurança birmanesa à agência francesa AFP.

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Lusa
24/03/2023 10:40 ‧ 24/03/2023 por Lusa

Mundo

Myanmar

O grupo de crianças, mulheres e homens foi intercetado na cidade de Thanbyuzayat, no sudeste do país, precisou o funcionário sob condição de não ser identificado por não estar autorizado a falar à comunicação social.

"Eles estavam escondidos numa floresta montanhosa entre duas aldeias", disse a fonte.

"Começámos a fazer detenções ontem à noite [quinta-feira], após termos recebido informações", acrescentou.

Segundo as informações iniciais da polícia, as pessoas tinham iniciado a viagem de barco desde o estado ocidental de Rakhine, com a esperança de ir para a Tailândia e depois para a Malásia por estrada.

A política também deteve um número não especificado de alegados traficantes de seres humanos, que não pertencem à comunidade rohingya, e está à procura de outros 30, disse a fonte à AFP.

Os membros da comunidade rohingya têm sido alvo de restrições à circulação dentro de Myanmar, onde vivem em condições semelhantes às do 'apartheid', segundo grupos de defesa dos direitos humanos.

Embora vivam em Myanmar há gerações, muitos rohingya não têm acesso à cidadania, saúde ou educação no país de maioria budista do Sudeste Asiático, governado pelos militares desde o golpe de Estado de fevereiro de 2021.

Em 2017, uma repressão militar levou centenas de milhares de rohingya a fugir para o vizinho Bangladesh, com relatos de assassínios, violações e fogo posto.

Myanmar enfrenta acusações de genocídio no mais alto tribunal da ONU por causa do êxodo dos rohingya.

As detenções agora anunciadas ocorrem dias depois de a junta militar no poder ter dito estar pronta a aceitar o regresso de refugiados rohingya num programa-piloto de repatriamento a partir de meados de abril.

O projeto envolve "cerca de 1.500 pessoas", noticiou hoje um jornal estatal, citando um funcionário transfronteiriço.

Myanmar "ainda não recebeu uma resposta" à proposta, disse a fonte, sem indicar se era da parte dos refugiados ou das autoridades do Bangladesh.

Os refugiados que regressarem a Myanmar ao abrigo do projeto serão colocados "num campo de trânsito durante um curto período de tempo" antes de serem distribuídos por 15 aldeias.

"Para a sua segurança, temos esquadras de polícia perto das 15 aldeias", acrescentou.

Todos os anos, centenas de rohingya tentam uma perigosa viagem de barco para a Malásia ou Indonésia, dois países com maioria muçulmana.

O líder da junta militar, general Min Aung Hlaing, que descreveu a identidade rohingya como imaginária, liderou as forças armadas durante a repressão de 2017.

Leia Também: Myanmar pronto para aceitar regresso de mil refugiados rohingyas

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