China critica decisão russa em colocar armas nucleares na Bielorrússia
Segundo Putin, a formação do pessoal militar bielorrusso terá início em 3 de abril, e a construção de um silo para albergar as armas nucleares na antiga república soviética estará concluída em 1 de julho.
© REUTERS/Thomas Peter
Mundo Ucrânia/Rússia
Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, abordou hoje a decisão da Rússia em colocar armas nucleares na Bielorrússia, criticando o país aliado.
"Uma guerra nuclear nunca deve ser travada" nem "ganha", disse a responsável num briefing diário, frisando ainda "importância de evitar uma guerra entre Estados" que possuem armas nucleares.
"Nas atuais circunstâncias, todas as partes envolvidas devem focar-se nos esforços diplomáticos para uma resolução pacífica da crise ucraniana", aconselhou por fim.
Segundo Putin, a formação do pessoal militar bielorrusso terá início em 3 de abril, e a construção de um silo para albergar as armas nucleares na antiga república soviética estará concluída em 1 de julho.
Em reação, a União Europeia (UE) ameaçou adotar novas sanções contra a Bielorrússia, aliada da Rússia na invasão da Ucrânia ordenada por Putin em 24 de fevereiro de 2022.
"O acolhimento de armas nucleares russas pela Bielorrússia constituiria uma escalada irresponsável e uma ameaça à segurança europeia", disse o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, no domingo.
"A Bielorrússia ainda pode impedir isso. A UE está pronta para responder com mais sanções", assegurou o Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança.
A NATO disse estar vigilante e denunciou a retórica nuclear russa, que classificou como "perigosa e irresponsável".
Uma porta-voz da NATO acrescentou que a Aliança "não viu quaisquer mudanças na postura nuclear da Rússia" que levassem ao ajustamento da sua estratégia.
Já a Ucrânia pediu uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU e disse esperar "ações efetivas para combater a chantagem nuclear do Kremlin por parte do Reino Unido, China, Estados Unidos e França".
Kyiv referia-se aos países que, tal como a Rússia, têm poder de veto no Conselho de Segurança por serem membros permanentes daquele órgão da Organização das Nações Unidas.
Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano pediu ainda ao G7 (o grupo das sete economias mais desenvolvidas) e à UE para pressionarem a Bielorrússia, ameaçando-a com "sérias consequências" se aceitar a imposição russa.
A invasão russa da Ucrânia desencadeou uma guerra sem fim à vista, que é considerada como a crise de segurança mais grave na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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